O navio Marsgracht, de bandeira holandesa, que trouxe a bordo dois caças Gripen F-39 comprados pela Força Aérea Brasileira atracou às 22h30 de sexta-feira (1) no cais da Portonave, em Navegantes. Os aviões, que foram construídos na Suécia, deverão fazer o primeiro voo no Brasil a partir de Santa Catarina, em data ainda não divulgada.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
A decisão da FAB de trazer os aviões supersônicos ao Brasil embarcados em um navio, e não pelo ar, chama atenção. Fontes do setor ouvidas pela coluna, em condição de anonimato, disseram que a escolha do transporte marítimo leva em conta os custos, e é praxe nesse tipo de entrega.
Construídos como armas de guerra, os caças têm algumas particularidades que tornariam a travessia pelos ares inviável. Uma delas é a autonomia de voo, menor do que a de uma aeronave comercial de transporte de passageiros. Caso voassem a partir da Suécia, os aviões precisariam de pausas para abastecimento estabelecidas no roteiro – o que encareceria a operação.
Navio com novos caças Gripen da FAB chega a SC
Continua depois da publicidade
Os especialistas dizem que também seria necessário mobilizar pilotos e aeronaves de retaguarda da FAB, o que multiplicaria os custos do transporte.
Outro ponto levado em conta é a burocracia que envolve sobrevoar o espaço aéreo de outros países com uma aeronave de guerra, incrementada com diversos tipos de armamento, como mísseis de longo e curto alcance. A alternativa seria transportar os aviões sem os equipamentos bélicos.
Na aviação mundial, um dos países que costumam fazer entregas “pelo ar” são os Estados Unidos. Parte dos caças F-5 norte-americanos comprados pelo Brasil ao longo das últimas décadas, que agora serão aposentados pela FAB com a chegada dos Gripen, chegaram ao país voando. Para isso, exigiram abastecimento em voo.
Sigiloso
O desembarque dos caças Gripen em Navegantes é mantido em sigilo pelo porto, pela Saab – empresa sueca que construiu os aviões de guerra – e pela FAB. Mas é possível sondar os próximos passos, levando em conta a primeira operação de chegada de aeronaves que ocorreu em setembro de 2020, quando a Portonave recebeu o Gripen de ensaios.
Continua depois da publicidade
O avião chegou lacrado, na área interna do navio, e a retirada levou cerca de seis horas – uma operação cercada de cuidados. A aeronave permaneceu por alguns dias no porto, até ser rebocada ao Aeroporto de Navegantes, onde decolou pela primeira vez no Brasil.
Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz
Leia mais
Liminar para suspender voos de Moisés em aviões do Estado é negada pela Justiça
Continua depois da publicidade
Feito em SC, iate de R$ 50 milhões igual ao do CR7 tem fila de espera de 15 meses
Fora da disputa eleitoral, Luciano Hang abre loja da Havan na terra de Lula
“Peixe” de Bolsonaro, secretário nacional da pesca deixa cargo para se candidatar em SC