Pelo menos três casos de banhistas que precisaram ser resgatados após atolarem na areia nas obras de alargamento da Praia Central foram registrados nos últimos dias em Balneário Camboriú – dois neste domingo, na região do Pontal Norte. O fenômeno da “areia movediça” é uma consequência temporária do engordamento da praia e ocorreu em local onde que ainda está fechado para circulação de pessoas. 

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A coluna procurou o engenheiro Toni Frainer, que é um dos fiscais da obra, para explicar o fenômeno e responder por quanto tempo haverá risco de afundar na areia. Ele afirma que se trata de um efeito temporário.

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Areia movediça

O material trazido pela draga, que fez a última descarga no domingo (31), chegou à praia misturado com água, para resistir à pressão – é o que os especialistas chamam de overflow. É essa mistura o que deixa o material mole, como uma areia movediça.

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– A areia molhada cria bolsões, que afundam. Essa água precisa de um tempo para infiltrar ou evaporar. Quando ela seca, compacta e não há mais risco – explica o engenheiro.

Segundo ele, o prazo de secagem é de dois dias. Foi esse o tempo verificado ao longo de toda a obra, que se estendeu pelos quase seis quilômetros da Praia Central. A partir daí, não há mais risco de afundar.

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Por que os tratores não afundam?

Por uma questão de física: como a área de contato das máquinas com a areia mole é maior, elas conseguem circular na superfície. O ser humano, com uma menor área de contato, afunda.

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Por que só agora ocorreram incidentes?

O engenheiro diz que não houve problemas nas primeiras etapas da obra porque a região do Pontal Norte é mais adensada do que a Barra Sul, por exemplo, com um maior vaivém de banhistas. Outro ponto é o comportamento da população: todos os trechos de obra foram sinalizados, alertando para o risco de pisar na areia mole. Até então, o alerta vinha sendo respeitado.

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Mesmo assim, em diversos casos houve necessidade de intervenção dos guarda-vidas e até mesmo da Guarda Municipal para retirar banhistas que insistiram em caminhar pela área proibida. Isso ocorreu inclusive na fase inicial da obra, quando uma grande quantidade de conchas chegou à praia.

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Como é feita a sinalização?

A área proibida está sinalizada com painéis de LED e cerca de nylon. O local também tem vaivém de máquinas e a presença de tubulações usadas no transporte da areia.

Quando secar, estará liberado?

Ainda não. Embora a secagem não demore a ocorrer, o trecho final das obras de alargamento, no Pontal Norte, é onde fica o canteiro de obras. Por enquanto, a areia está sendo nivelada e as máquinas estão trabalhando em ajustes. Mas o espaço ainda será usado para desmontar os equipamentos utilizados no alargamento, como os imensos dutos por onde foi transportada a areia – só de canos submersos, são 2,5 quilômetros.

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Essa desmontagem também ocorre na região central, onde ficava o duto principal. Por isso, a expectativa é que o trecho entre a Rua 1.800 e a Rua Alvin Bauer seja liberado em até 10 dias. O trecho seguinte, até o final do Pontal Norte, só deve ser liberado para os banhistas no fim do mês – antes do início da temporada de verão.

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