Já são quase dois meses desde que o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, viajou para o México e conseguiu escapar do mandado de prisão que seria emitido contra ele pelo STF dias depois, por descumprir ordens judiciais. Ele está foragido e seu “turismo internacional” pela América Central deixa um rastro de perguntas. Entre elas, quem o mantém fora do país e por que a Polícia Federal não conseguiu detê-lo, mesmo sabendo onde ele está.
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Em setembro, a PF colocou o nome de Marcos Antônio Pereira Gomes na lista vermelha da Interpol, onde estão os brasileiros com mandado ativo de prisão. Com isso, notificou a polícia internacional de que Zé Trovão é procurado pela Justiça no Brasil e está vivendo no México. A localização dele havia sido identificada por meio de lives e vídeos que o catarinense enviava regularmente a grupos bolsonaristas pelas redes sociais. O próprio caminhoneiro confirmou em entrevistas a jornais brasileiros que estava na Cidade do México.
Quem banca o turismo internacional do foragido Zé Trovão
Sem dinheiro e foragido no México, Zé Trovão quer voltar ao Brasil
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Em casos como esse, embora acompanhe os mandados de prisão a PF não tem gerência sobre o cumprimento, que cabe à polícia e à justiça mexicana. Cada país tem um modelo de atuação, e no caso do México a legislação é semelhante à do Brasil. Por aqui, se algum estrangeiro for identificado com um mandado de prisão emitido por seu país de origem, a Polícia Federal só executará essa prisão se ela for referendada pela Justiça brasileira – pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
STF mantém prisão de Zé Trovão, que segue foragido no México
O caso de Zé Trovão, que consiste em um mandado de prisão contra um apoiador do governo Bolsonaro, investigado por incitar atos antidemocráticos, coloca o governo e a justiça do México em uma sinuca de bico. Ainda que o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, seja de esquerda e distante de Jair Bolsonaro no espectro ideológico, prender um apoiador do presidente brasileiro é uma saia-justa diplomática. Além disso, o caminhoneiro pediu político asilo ao México.
Fontes ouvidas pela coluna avaliam que, diante desse conjunto de motivos, é pouco provável um esforço ostensivo da polícia mexicana em busca do caminhoneiro brasileiro. A tendência é o México aguarde a própria Justiça brasileira resolver o problema, seja com a suspensão do mandado de prisão, seja com o cumprimento caso Zé Trovão retorne ao Brasil.
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Quem paga a conta
Na segunda-feira (18), o STF negou mais um pedido de habeas corpus a Zé Trovão – o que indica que ele deve permanecer no México. O caminhoneiro já disse que não retornará ao Brasil enquanto tiver risco de ser preso ao desembarcar no aeroporto, mas estaria com dificuldades financeiras para se manter, confirmadas por seu advogado.
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Em setembro, caminhoneiros catarinenses ouvidos pela coluna disseram acreditar que Zé Trovão vinha sendo financiado pelo setor do agronegócio mais próximo ao presidente Bolsonaro. Isso explicaria como ele conseguiu deixar o país e se movimentar livremente no exterior.
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A defesa do caminhoneiro, no entanto, diz desconhecer qualquer financiamento via agronegócio e afirma que as contas de Zé Trovão foram pagas por meio de doações feitas por amigos e apoiadores, que são cada vez mais escassas. Segundo a defesa, o caminhoneiro está se mantendo com recursos que são enviados por amigos e conhecidos – especialmente de SC, das cidades deJoinville, São Francisco do Sul e Itajaí.
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