A Polícia Civil de Santa Catarina recebeu nesta semana as 3.749 pistolas austríacas Glock 9 milímetros, compradas por R$ 8,5 milhões. O novo armamento é o mesmo usado por forças policiais internacionais como o FBI e a Polícia de Nova Iorque. No Brasil, a Glock é a marca das armas da Polícia Federal.
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As novas pistolas substituirão as armas usadas atualmente pela Polícia Civil – pistolas Taurus .40, de fabricação nacional. É o mesmo armamento utilizado pela Polícia Militar – que também será trocado, em breve, por novas pistolas italianas.
Santa Catarina encomendou para a PM 11.250 pistolas Beretta semiautomáticas 9 milímetros, que fazem parte de uma licitação internacional aberta pelo Ministério da Justiça para todos os estados interessados. Serão investidos, pelo Estado, R$ 25,4 milhões.
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Na Polícia Civil, onde as novas armas já chegaram, será feito o recolhimento das pistolas antigas. Essa troca não é um processo corriqueiro, porque o tempo de “vida últil” de uma arma é contado em disparos. É comum que a mesma arma acompanhe o policial durante toda a carreira. As compras periódicas são feitas, geralmente, para armar novos policiais e substituir armamento recolhido em situações de confronto, quando as armas são encaminhadas à perícia e não têm prazo para serem devolvidas.
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O que motiva a troca generalizada de armas nas forças policiais é, a princípio, a melhora no poder de fogo – significa que as polícias de SC estão “subindo” na escala de potência do armamento para enfrentar o crime. Mas não só: outra razão são as reclamações recorrentes de problemas com as pistolas atuais, não apenas em Santa Catarina mas também em outros estados. Inclusive disparos acidentais.
Em 2019, por exemplo, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou a fabricante das armas fornecidas à polícia a indenizar a família de um policial militar que foi vítima de um disparo acidental da própria pistola, que caiu no chão durante uma abordagem. O caso segue em fase de recurso. Outros processos similares ocorrem dentro e fora do Estado.
As histórias de falhas, compartilhadas entre a tropa, tornaram comum entre policiais militares mais antigos a prática de carregar a arma particular como “backup” em ocorrências – o uso de armamento privado é permitido, desde que autorizado pelo comando e sob as regras da corporação.
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Oficialmente, a desconfiança dos policiais com o armamento atual não é citada como motivo para a troca das pistolas. Mas a PM, por exemplo, informou em releases ao longo dos últimos meses que a compra de novas armas visa equipar as tropas com armamento de “mais confiável e de melhor qualidade” – palavras do ex-comandante Geral, coronel Dionei Tonet, quando a compra das armas para a PM foi aprovada pelo Grupo Gestor em agosto do ano passado.
Destinação
Com as novas pistolas chegando à Polícia Civil, as antigas .40 serão recolhidas. A corporação informou que vai avaliar as destinações possíveis em conjunto com o Exército Brasileiro, a Polícia Federal, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), a Secretaria de Estado de Administração e outros órgãos. A coluna apurou que uma das opções é enviar as armas para leilão.
Sobre a triagem das condições das armas devolvidas pelos policiais, a Polícia Civil diz, em nota, que “historicamente, o controle de material bélico da PCSC sempre realizou o constante monitoramento de quaisquer problemas com o armamento institucional, com o recolhimento da pistola e envio ao fabricante para o devido reparo, se necessário. Atualmente, durante o processo de troca da plataforma, implementou-se um sistema de verificação do armamento devolvido para as medidas administrativas cabíveis”.
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