Integrante da base ideológica do PL na Alesc, o novo secretário de Estado de Segurança Pública, Sargento Lima, é uma aposta do governador Jorginho Mello (PL). É a primeira vez que um praça da Polícia Militar assume a pasta, e isso significa muito na hierarquia militar.
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As especulações sobre a indicação de Lima causaram burburinho entre os oficiais desde o primeiro momento. O Comandante Geral da PM, coronel Aurélio Pelozatto, correu para apagar o incêndio e emitiu uma nota oficial dizendo que Lima tem seu apoio e dos demais oficiais em SC. Nos bastidores, entretanto, a nomeação não foi engolida tão fácil pelas altas patentes.
Uma fonte garantiu que a situação foi apaziguada porque a PM entende que Lima poderá ajudar em duas questões importantes para a corporação: reajuste salarial e Previdência, que teve alteração aprovada na Alesc no fim do ano.
Jorginho nomeia secretário na Casa Civil
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O fato é que Lima terá pouca tinta na caneta, uma vez que reformas anteriores esvaziaram a pasta, concentrando o poder administrativo e de orçamento nos comandos das próprias corporações – PM, Polícia Civil, Polícia Cientifica. Só que o novo secretário tem como característica a língua afiada e é chegado a polêmicas, por isso pode pressionar o governo.
A mais recente foi a defesa enfática que Lima fez da ilegalidade cometida por policiais em Itajaí, que expulsaram da cidade pessoas em situação de rua, com relatos de agressão, e levaram pela BR-101 até Balneário Camboriú. O novo secretário de Segurança chegou a dizer em uma entrevista que o sargento responsável pela operação – que tem condenação por tortura – “fez o algo a mais” que se espera de um policial.
Os bastidores da desistência de Filipe Mello de assumir a Casa Civil
Na última quarta-feira (10), data em que os novos secretários tomaram posse, circulava nos grupo bolsonaristas de Whatsapp em SC um vídeo em que Lima acusava professores de “doutrinação”.
Ao que parece, o perfil polêmico de Lima está precificado para o governo. Mais do que ampliar a base ideológica no primeiro escalão, a decisão de Jorginho de colocar o deputado à frente da Segurança Pública passa pelas eleições municipais do ano que vem.
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Pré-candidato à prefeitura de Joinville, Lima tem duas opções: fica na pasta apenas três meses, ou abre mão da disputa municipal e se mantém no cargo. No momento, tudo indica que Jorginho tem outros planos para a maior cidade do Estado.
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