As imagens que vêm do Rio Grande do Sul são devastadoras. Famílias que aguardam há dias socorro, em cima do telhado de casas que foram totalmente subermersas. Nada sobrou. Esperam apenas ter chance de sair com vida da maior tragédia climática que o estado vizinho já viveu, uma das maiores do país, que já soma mais de 50 mortos.
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Não há como acompanhar os relatos dos gaúchos sem consternação. Mas, no ambiente insalubre das redes sociais, a polarização doentia mostra sua face mais desumana.
Não são só os ilustres desconhecidos. Há figuras públicas, com mandato, inclusive, apontando a artilharia para os “culpados” pela tragédia climática. O governo Lula, o governo Bolsonaro, o governo Eduardo Leite. Há ainda uma profusão de comentários sórdidos que acusam os gaúchos de estarem “pagando o preço” pelos representantes que elegem.
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A pobreza moral é sintoma da doença que divide o país. De um lado ou de outro, há fanáticos que não conseguem se solidarizar com seu próprio povo, com brasileiros. Este é o buraco frio em que a polarização nos colocou.
É evidente que a emergência climática demanda ação política. Também está claro que, historicamente, menosprezamos as mudanças na temperatura do planeta e as consequências reais que elas teriam em nossas vidas. Fizemos o caminho contrário ao flexibilizar a legislação ambiental ao invés de aumentar as áreas protegidas para reduzir o risco de inundações.
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Só que estes, neste momento, são assuntos ultrapassados na ordem do dia. Não fizemos, e continuamos fazendo muito pouco para enfrentar o que ousamos chamar de “novo normal” climático.
Agora, enquanto há cidades inteiras embaixo d´água e vidas perdidas numa inundação sem precedentes, é hora penas de ajudar com tudo o que for possível.
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