A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar a pesca de 10 toneladas de bagres na Praia Central de Balneário Camboriú, na quarta-feira (12). De acordo com o delegado David Queiroz, a apuração é por crime ambiental e pode resultar em multa de até R$ 4 milhões.
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No início da noite desta quinta-feira (13), o delegado informou que a embarcação e a rede usada na captura foram apreendidas pela polícia, assim como 40 quilos de bagres que foram localizados. O dono do barco foi interrogado e autuado em mais de R$ 200 mil pela Polícia Militar Ambiental. O valor tende a subir porque ainda estão sendo identificadas pessoas que participaram da pesca e peixarias que levaram o peixe para revender.
A pesca é proibida porque os bagres estão em período de defeso, que vai de janeiro a março. Imagens da pescaria que circulam nas redes sociais mostram que os peixes estavam ovados – ou seja, em período reprodutivo. Essa espécie de peixe carrega os ovos fecundados na boca, para proteger os filhotes. Com a captura, os ovos ficaram espalhados pela areia.
A Polícia Civil também apura se a espécie de bagre que foi capturada em Balneário Camboriú está na lista vermelha de animais marinhos ameaçados de extinção. Nesse caso, o crime ambiental poderá ser ainda mais grave. O dono da embarcação foi autuado pelo Artigo 34 da Lei de Crimes Ambientais, que considera crime “pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente”.
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De acordo com o delegado David Queiroz, um vídeo feito pelos próprios pescadores apontou que eles sabiam qual espécie estavam capturando.
– No vídeo divulgado, odono do barco afirma que avistou o cardume, deduziu que eram bagres, consultou o mestre do barco e ele lançou as redes. Isso caracteriza dolo eventual, porque eles previram a possibilidade de resultado, assumiram o risco de produzir esse resultado negativo, e com isso vão responder pelo crime em sua forma dolosa.
Vídeo mostra ameaça a jornalista do The Intercept Brasil em Balneário Camboriú; assista
A repórter Catarina Duarte ouviu o pesquisador Jules Soto sobre a presença de bagres na orla da Praia Central. Ele disse que, embora a espécie costume nadar em grandes cardumes nesta época do ano, a aproximação da praia é incomum.
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