A Human Rights Watch, organização internacional de defesa dos direitos humanos, declarou nesta sexta-feira (10) que o presidente Jair Bolsonaro está colocando os brasileiros em risco ao desrespeitar as medidas de prevenção contra o coronavírus. José Miguel Vivanco, diretor da Divisão das Américas da Human Rights Watch, disse que “Bolsonaro tem sabotado os esforços dos governadores e do seu próprio Ministério da Saúde para conter a disseminação da covid-19”.

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As afirmações vieram após o presidente voltar a passear por Brasília na quinta e na sexta-feira. Bolsonaro comeu no balcão de uma padaria – o que está proibido pelo governo do Distrito Federal – tocou em apoiadores e, é claro, provocou aglomeração. A sequência de “saidinhas” do presidente da República ocorre no momento em que o país ultrapassa a marca de mil mortes por covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Mais de 19 mil brasileiros já foram contaminados.

Bolsonaro foi eleito com o voto de 57 milhões de brasileiros. Ganhou de lavada em Santa Catarina, com 75% dos votos válidos – e tem no Estado um de seus mais fiéis redutos eleitorais. O que ele diz, e faz, é modelo e respaldo para as atitudes milhares de pessoas. Mas, desta vez, é importante que você não siga o exemplo do presidente.

Deixe de lado por um instante a política, a polarização doentia que tomou conta do país. É uma questão de saúde pública. Seguir as regras de isolamento social é cuidar da própria vida e da vida de quem você ama. Fique em casa o quanto puder. Se precisa sair, lembre-se e pratique as regras de distanciamento, não toque nas pessoas, evite aglomerações.

As medidas de quarentena em Santa Catarina têm conseguido, até agora, conter uma aceleração desenfreada no índice de internações nos hospitais. Em São Paulo, onde a contaminação começa a entrar em fase de descontrole, médicos já relatam falta de leitos em UTIs. É o pior cenário possível numa pandemia que se alastra rapidamente, e que mata.

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Não importa se Bolsonaro quebra as regras por motivação política ou por convicção. A posição que ocupa, como presidente da República, garante a ele atenção imediata caso adoeça. Se precisar de uma vaga em hospital, o presidente terá – a saúde dele é uma questão de Estado, de segurança nacional. A minha, a sua e a de sua família, não são. Em caso de descontrole da pandemia, não temos garantia alguma.

Precisamos ouvir o que diz a ciência, e nos espelhar nos exemplos que vieram da China, Europa e Estados Unidos, onde o coronavírus ceifou milhares de vidas. Ainda temos tempo, e sabemos como evitar o colapso. Pelo seu bem, e daqueles que você ama, não repita as atitudes de Bolsonaro.

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