O diretório do PDT em Balneário Camboriú designou o advogado Alex Casado para acompanhar as investigações da morte de Antônio Carlos Rodrigues Furtado, 61 anos. Ex-filiado ao partido – atualmente, era militante do PT – ele morreu na quarta-feira (27) após ser agredido por um homem de 44 anos. O agressor foi preso e disse à Polícia Militar que o motivo para o ataque teria sido uma discussão política.
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O crime ocorreu na Avenida Alvin Bauer, no Centro de Balneário Camboriú, no fim da tarde. O relatório divulgado pela PM afirma que Furtado e o agressor discutiram. Ele se afastou e foi atacado. As agressões continuaram mesmo com a vítima caída ao chão. Furtado conseguiu levantar-se, pediu que o agressor parasse, mas não adiantou. Caiu novamente – desta vez, vítima de uma parada cardíaca.
Polícia Civil fala em "dívida"
O agressor é bolsonarista e o relato da PM diz que, segundo ele, o desentendimento começou porque Furtado, que é de esquerda, "veio conversar com ele sobre política. Ambos se alteraram e as agressões iniciaram".
No entanto, o delegado Aderlan Camargo, responsável pelo caso, afastou a hipótese. Afirmou, nesta quinta-feira (28), que testemunhas ouvidas na delegacia disseram que a discussão teria sido motivada "por uma dívida", mas não entrou em detalhes. Segundo ele, o agressor teria apresentado versões conflitantes à PM. Ele se negou a prestar depoimento à Polícia Civil – permaneceu em silêncio.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram falar sobre o caso. O subcomandante do 12ºBatalhão, major Jefferson Sebastião Vieira, confirmou que o agressor falou em motivação política ao ser preso, mas não descartou a hipótese da dívida. Disse que caberá ao inquérito da Polícia Civil esclarecer o caso.
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Versões
Foi este vaivém de versões que motivou o PDT a acompanhar o caso de perto. O advogado Alex Casado disse que a vítima não tinha nenhuma dívida com o agressor, e afirmou estar convicto de que se trata de um crime com conotação política.
– O PDT vislumbra que há um esforço para proteger o bolsonarismo, buscando, por outro lado, atingir a imagem da vítima. O próprio assassino reconheceu inicialmente, para a polícia, que esse (política) foi o motivo do crime – avaliou.
O advogado deve acompanhar o inquérito e o andamento do processo, após a conclusão das investigações.