Uma parceria entre o Ministério do Turismo brasileiro e o Governo de Portugal trará ao Brasil um modelo testado e aprovado além-mar para valorização e reativação de prédios históricos. O Programa Revive concede imóveis públicos à iniciativa privada, para fins turísticos. Em Santa Catarina, o projeto pode beneficiar dezenas de espaços que o governo, hoje, tem dificuldades para manter adequadamente.
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É o caso das fortificações de Florianópolis e Laguna, por exemplo – espaços amplos e com potencial de ampliar o alcance turístico. Ou o Palácio dos Príncipes, em Joinville, que abriga o Museu Nacional da Imigração e está fechado há mais de um ano, aguardando obras de restauro.
Em Portugal, o programa define para cada imóvel que tipo de uso é viável, e depois lança chamada pública às empresas interessadas. É possível habilitar prédios para abrigarem museus privados, restaurantes ou hotéis, por exemplo.
O primeiro imóvel reabilitado pelo projeto em Portugal foi o Convento de São Paulo, em Elvas, que se transformou em hotel e foi entregue em junho deste ano. Os projetos já movimentaram mais de 50 milhões de euros em terras portuguesas, equivalentes a mais de R$ 220 milhões.
A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Santa Catarina, Liliane Nizzola, explica que, para que funcione no Brasil, o programa demandará adaptações. Por enquanto, ainda não está claro se serão incluídos apenas imóveis da União ou se estados e municípios também serão contemplados.
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Na semana passada, um seminário sobre turismo e patrimônio histórico em Porto Alegre (RS) abriu as discussões. O secretário nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo, Bob Santos, adiantou que uma das premissas do programa é que os imóveis estejam, obrigatoriamente, abertos à visitação pública.
Um Comitê Gestor Nacional vai edificar a versão brasileira do Revive. O Ministério do Turismo atuará junto com o Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), e com o Iphan.
Importância mundial
A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Governador Celso Ramos, que está na foto deste post, é candidata ao título de patrimônio histórico mundial junto com a Fortaleza Santo Antônio de Ratones, na Capital.
Ambas fazem parte de um conjunto de 19 fortificações que podem ser reconhecidas pelo papel que desempenharam para tornar o Brasil um país de proporções continentais. Foram consideradas características geográficas e arquitetônicas, e a Unesco já aprovou a primeira etapa da candidatura.
As fortificações, que estão há 40 anos sob tutela da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), representam um desafio logístico de administração.
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Candidatos
Além das fortalezas, outros exemplos de “candidatos” ao programa Revive em SC são a Escola Antonieta de Barros, na Capital, ou a Casa de Câmara e Cadeia, que foi restaurada e está em processo de abertura como museu. O modelo de parceria público-privada já é adotado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Experiência
A aposta na reativação de prédios históricos para uso turístico apoia-se em um conceito cada vez mais presente, que é o do turismo de experiência. A estimativa é que mais de 60% dos viajantes procurem destinos que possibilitem levar de volta, na bagagem, algo além dos souvenires.
Serra
Em Santa Catarina, o mais recente candidato a se tornar patrimônio histórico nacional é o Caminho das Tropas, na região serrana. Está em processo de tombamento pelo Iphan.
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