O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito da Polícia Federal que apura tentativa de golpe de Estado, assim como o presidente do partido, Waldemar Costa Neto, e outras 35 pessoas – incluindo militares de alta patente – traz consequências imprevisíveis para as próximas eleições.

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O caso ainda passará pela Procuradoria Geral da República, que decidirá sobre a denúncia. Um arquivamento é considerado fora de cogitação. Se denunciado, Bolsonaro e os demais enfrentarão um processo legal no Supremo, com espaço para defesa. Mas é inegável que haverá repercussões políticas, e isso respinga especialmente em Santa Catarina, onde o bolsonarismo é um movimento de grande expressão popular.

A primeira consequência é uma nova pá de cal no projeto de anistia, que, pelo menos neste momento, está praticamente enterrado. Primeiro, pelo atentado a bomba nas imediações do STF. Na sequência, pela revelação da trama que envolveria uma tentativa de assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E, agora, pelos indiciamentos.

Com Bolsonaro na mira, cerco sobre golpistas se fecha e a democracia resiste

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O inquérito apura desde a prática de desinformação, envolvendo o sistema eleitoral, passando pela operacionalização e pelas minutas que sugerem a instalação do golpe.

Há muitas perguntas ainda em aberto. Bolsonaro pode ser condenado e preso, diante do que a Polícia Federal tem até agora? Se for, o ex-presidente perderá influência nos rumos da direita brasileira? Que papel terá a nova geração de lideranças que surgiu na esteira do bolsonarismo, como Pablo Marçal (PRTB) e Níkolas Ferreira (PL) se isso ocorrer?

Em Santa Catarina, a tendência de momento aponta para uma polarização entre dois bolsonaristas na próxima eleição – Jorginho Mello (PL) de um lado, tentando a reeleição, e João Rodrigues (PSD) de outro. A figura e o apoio de Bolsonaro, hoje, são fatores relevantes nessa disputa. Continuarão a ser, caso Bolsonaro saia de cena?