O presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros, esteve em SC nesta semana a convite do presidente da Fecomércio, Helio Dagnoni, para uma visita histórica, resultado do bom relacionamento que vem sendo construído pela entidade estadual com a nacional. Há 20 anos a presidência da CNC não vinha ao Estado.

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Em entrevista à coluna, Tadros falou sobre confiança do comércio na economia e sobre a perspectiva para o turismo.

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O índice de confiança do comércio está positivo, o que o senhor projeta para 2024?

 Entendo que nós estamos saindo da crise, e o governo paulatinamente está mostrando que quer acelerar o desenvolvimento econômico. Nós entendemos que só tem uma maneira da economia alavancar, e é com a livre empresa. Na CNC trabalhamos o trinômio democracia, livre empresa e segurança jurídica. Com esse trinômio o país alavanca e em breve será uma das quatro ou cinco maiores economias do mundo.

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 A redução dos juros ajudou o comércio?

A questão do juros é consequência de fatores exógenos, problemas da economia que ficou abalada com a pandemia e obviamente provocou uma brutal inflação. Então os juros, em determinados momentos, são importantes para conter. Agora, você observa que já está havendo redução. Precisa ajustar realmente é o déficit público, que andou saindo um pouco do eixo. Mas o ministro (Fernando) Haddad está muito comprometido. Ele quer déficit zero e nós apoiamos. A economia só vai funcionar quando se trabalhar evitando que nós tenhamos déficit, porque isso provoca a inflação interna. A inflação está contida, estamos com 3% de inflação, é inflação de primeiro mundo, até os Estados Unidos estão com uma inflação maior do que a nossa. Nosso problema é que as contas do governo não fecham.

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E nesse cenário, o que esperar para o setor do Turismo neste ano?

Enquanto tivermos companhias aéreas criando dificuldades para o turismo interno num país de 220 milhões de habitantes, isso é um óbice muito grande. Você vem da Alemanha para o Brasil, chega no Rio de Janeiro, que é o grande polo de atração do turismo, e quer visitar Santa Catarina, ou o Amazonas, e a passagem é mais cara do que de Berlim ao Rio de Janeiro.

Tem solução para isso?

Tem que ter, os preços são exagerados A empresa tem que dar muito lucro, e tem que distribuir a renda. Tem um mercado comprimido, que não consome (passagens aéreas) no Brasil de mais ou menos 30, 32 milhões de pessoas. É a população da Espanha. O Brasil se dá ao luxo, em plena vigência da sociedade de consumo, de deixar 30 milhões de pessoas à margem.

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Mas como se soluciona isso?

Deixando as empresas darem lucro e distribuírem os lucros pagando melhores salários, porque os salários do Brasil são piores do que os escravocratas. Mas o empresário na maioria das vezes não é culpado disso, porque é tanto imposto, tantos tributos nos três níveis, municipal, estadual e federal, mais multas e achaques, que a empresa dá pouco lucro.

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Então a chave para destravar o turismo é a fazer lucrarem as aéreas?

Questão aérea, segurança, e os preços internos, porque hotelaria, restaurantes, bares, pagam impostos excessivos, e isso é transferido para o consumidor. Quem paga o tributo não é a empresa, é o consumidor. Nós estamos participando de todas as comissões para auxiliar o governo nessa visão. Eu mesmo já estive conversando com o presidente Lula e disse para ele – presidente, deixa a empresa lucrar.

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