Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o pai do vereador Maikon Costa (PL), de Florianópolis, que concorreu a deputado federal nas últimas eleições, armado e fazendo ameaças ao ex-presidente Lula (PT). No final da gravação, ele atira e diz “pega esse recado”:
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“Venha pra cá incomodar nossos deputados estaduais e federais, Lula. Estamos esperando. Lula, tu estás acabado, deu pra ti”.
O professor e jurista Juliano Keller do Valle diz que o uso da arma, carregada, pode configurar ameaça. De acordo com o Código Penal, a ameaça ocorre por palavra, escrito, gesto ou meio simbólico.
– Me parece que configura ameaça pelo meio simbólico, pelo uso da arma.
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No entanto, ele diz que se trata de um crime que, para ser investigado pela Polícia Civil, depende de representação por parte da vítima – no caso, o ex-presidente Lula.
A assessoria do PT diz que já conhecia o conteúdo do vídeo, e que ele circulou pela primeira vez entre março e abril, em resposta a uma fala do ex-presidente, antes da campanha eleitoral. Como se trata de uma imagem que não é recente, o PT diz que não vai denunciar o pai de Maikon Costa.
Histórico de confusão
A assessoria de Maikon Costa disse que o vereador não tinha conhecimento sobre o vídeo até a manhã desta sexta-feira (14). Durante a tarde, no entanto, ele contestou essa informação. Disse que não responderia pelas atitudes do pai, mas que entende que ele tem o direito de defender sua propriedade.
O parlamentar também se envolveu em problemas durante o período eleitoral. Ele foi detido duas vezes durante a campanha. Na primeira, em setembro, foi preso por desobediência e resistência, segundo a PM, porque teria se recusado a deixar o comitê de campanha do partido.
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Já no dia das eleições, em 2 de outubro, ele foi detido após ter sido denunciado por boca de urna, também segundo a PM. O vereador foi levado à Superintendência da Polícia Federal e depois liberado.
Maikon Costa emitiu uma nota de esclarecimento:
“Eu tinha sim conhecimento do vídeo que circulou meses atrás, em que meu pai em vídeo gravado responde o ex-presidiário Lula sobre ele provocar manifestantes da esquerda a irem à casa de políticos para ameaçar a tranqüilidade de seus familiares, que receberia eles a bala.
Primeiro vale o registro que a jornalista está atrasadíssima, o vídeo é antigo. Segundo que meu pai é maior de idade e responsável pelos seus atos, deveriam procurá-lo para responder o fato e não a mim.
Sobre minha posição, penso que a residência de um cidadão é inviolável, e não tiro a razão de qualquer pessoa que seja em querer defende-la de qualquer invasão ou ato de violência provocada por um discurso de ódio que pode produzir atos de violência seja onde for, contumaz no local que deve ser o porto seguro das pessoas, o LAR.
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No mais, sobre o histórico de confusões, em que bonifica a matéria deste modelo de jornalismo falido, sim, fui conduzido a prestar esclarecimentos e imediatamente liberado. Curioso foi à cobertura integral deste veículo aos fatos, com câmeras a postos, em ato premeditado, o que mais uma vez comprova as armadilhas de um jogo de cartas marcadas com a anuência deste jornalismo que busca qualquer coisa, menos a verdade.
Não cometi crime algum e continuarei combativo, me envolvendo em confusões quando as causas forem nobres e justas, meu compromisso é com a verdade, custe o que custar”.
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