A instabilidade política empurrou Santa Catarina para o pior cenário possível na gestão da pandemia. Estamos enfrentando uma franca aceleração no número de casos confirmados, internações e óbitos – mas ainda há lacunas nas diretrizes de enfrentamento pelo novo governo.
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A postura titubeante de Daniela Reinehr (sem partido) agrava a situação. A governadora recuou, por exemplo, de uma publicação no Twitter que estimulava as pessoas a manterem as medidas de proteção no feriado de Finados, incluindo o uso de máscaras. Nada além do que já estava previsto nos decretos estaduais – um discurso coerente com um governante que se preocupa com o impacto que a pandemia ainda pode trazer ao Estado.
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No entanto, a postagem sumiu. Assim como uma publicação que incentivava denúncias de aglomerações nas redes sociais oficiais do Governo de Santa Catarina. Um serviço público. O vaivém se repetiu na sexta-feira, quando a governadora ficou indecisa sobre usar ou não a máscara na frente do presidente da República, Jair Bolsonaro.
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Tivemos mais um feriado movimentado no Estado, e com pouca adesão às medidas protetivas. A tendência é que esse descuido reflita em números nas próximas semanas, com uma maior quantidade de pessoas contaminadas, e uma possibilidade de pressão sobre a rede hospitalar.
Estreante no cargo, Daniela está buscando firmar uma base que a ajude a manter-se no comando. Agradar os terraplanistas, no entanto, pode nos jogar a uma crise sanitária ainda mais grave. E isso, às vésperas da temporada de verão – o que também representa uma grande possibilidade de aprofundar a crise econômica.
Governar ‘para a torcida’, em plena aceleração da pandemia, é uma escolha perigosa. É natural que a governadora discorde de políticas públicas que foram adotadas anteriormente, e que procure trazer uma marca para o governo. Desde que isso não coloque em risco a vida e a saúde das pessoas que se propõe a governar.
Crise de imagem
A situação política incomum em Santa Catarina parece ter sido o estopim para uma inédita crise de imagem. Em uma semana, o Estado esteve entre os assuntos mais comentados no Brasil por motivos pouco lisonjeiros: nazismo, agressão de jornalistas e julgamento moral da vítima em um processo por estupro. Lembra, de certa forma, o mito grego da ‘caixa de Pandora’. A abertura da caixa liberou de dentro dela todos os males do mundo.
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Sozinho em plenário
O 1º vice-presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), sozinho em plenário na sessão da última quarta-feira, é o retrato do agravamento da pandemia na Grande Florianópolis. O Legislativo voltou a adotar a opção virtual para sessões plenárias, reuniões de comissões e audiências públicas. Ainda que o objetivo não seja esse, é inegável que trabalhar à distância vem a calhar para os parlamentares, com a proximidade das eleições..
Estilo
Carlos Moisés fez uma visita de cortesia ao presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), e chamou atenção pelo estilo. O governador afastado adotou a barba e parece mais relaxado. Parece que a ‘operação salva Moisés’ no Legislativo vai muito bem.
Política
Fontes têm destacado que Moisés quer aprender a fazer política – começando por erguer as pontes que foram dinamitadas pela falta de diálogo com o Parlamento e os consequentes processos de impeachment. Se voltar ao governo, promete mais habilidade.
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