Com as eleições municipais batendo à porta, o presidente Lula (PT) quer investir em candidaturas nas capitais onde o cenário possa repetir a polarização com Bolsonaro (PL) – e isso coloca Florianópolis na mira do Partido dos Trabalhadores.

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A ideia é apostar na queda de braços com o bolsonarismo nas capitais onde o PT tem chances de levar a eleição, com candidato a prefeito, vice, ou aliado. É o caso de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE) e Porto Alegre (RS). Em Florianópolis, Lula fez 47% dos votos no segundo turno – um resultado que é considerado histórico pelo partido, num estado majoritariamente bolsonarista.

O ex-vereador Lela, anunciado como pré-candidato do partido na Capital, passou recentemente por problemas de saúde e sua participação nas eleições é incerta. Mas ganha força o nome da ex-ministra e ex-senadora Ideli Salvatti. Fontes do PT dizem que ela seria o nome preferido de Lula para Florianópolis.

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Além da história no partido, Ideli significaria a aposta do PT em uma mulher, em uma eleição que, até agora, é dominada por pré-candidatos homens, brancos, e próximos ao bolsonarismo em Florianópolis – caso de Topázio Neto (PSD) e Pedrão (PP), por exemplo.

O PT chegou a sondar a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, para disputar a prefeitura. Mas o entendimento foi que ela cumpre um papel importante na universidade, como primeira mulher negra no cargo de vice-reitora.

A aposta em candidatas mulheres é vista com bons olhos por Lula. Recentemente, em um discurso em São Paulo, o presidente afastou os critérios identitários para a escolha dos candidatos. Mas o PT está acompanhando pesquisas recentes que apontam a tendência progressista do eleitorado feminino, que é majoritário – e isso pode beneficiar candidatas mulheres.

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A disputa de outubro é estratégica para o PT. Em 2020, o partido não conseguiu a prefeitura de nenhuma capital no país. Tentará reverter o jogo em 2024, de olho na influência que os prefeitos terão nas eleições de 2026.

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Em Florianópolis, a candidatura do PT pode causar um embaraço no campo progressista, uma vez que o PSOL já anunciou a pré-candidatura do deputado estadual Marquito, com apoio do PSB e do PDT. No cenário nacional, há quem aposte em Ideli como a “Marta Suplicy do Marquito”, lembrando a decisão do PT de apoiar o psolista Guilherme Boulos em São Paulo.

No entanto, fontes do Partido dos Trabalhadores em SC afirmam que, com a ex-ministra e ex-senadora no páreo, o PT esperaria um recuo do PSOL. Em 2020, o PT foi vice do PSOL em Florianópolis na chapa encabeçada por Elson Pereira, que terminou as eleições em segundo lugar.