Jorginho Mello (PL) conseguiu passar bem pelo primeiro teste do futuro governo. Fez o anúncio de estreia do colegiado, nesta semana, sem registrar problemas com o funcionalismo, com o setor empresarial, com a política, e nem com o bolsonarismo, que é o ponto nevrálgico do PL – e o mais difícil de apaziguar com as nomeações.

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O desenho inicial leva a assinatura que Jorginho quer imprimir ao governo. Foi o próprio governador eleito quem disse, mais de uma vez, que os nomes anunciados eram uma escolha pessoal. Uma sinalização de há limites para as indicações, como ficou claro no episódio da pressão externa para que absorvesse o diretor da PRF, Silvinei Vasques, como secretário de Segurança – que não foi aceita.

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O gol de letra da rodada de nomeações foi Cleverson Siewert para a Fazenda. Um nome com experiência na pasta, mas com frescor. E que tem respaldo dos servidores (foi bem recebido) mas também conseguiu agradar ao setor empresarial. Encaixou nas duas premissas que Jorginho havia anunciado, em novembro, em visita à Alesc: um secretário que tivesse trânsito de um lado e outro do balcão.

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O novo governo também acerta com nomes experimentados, como o de Carmen Zanotto, que dispensa apresentações. A deputada federal é reconhecida como uma referência no Congresso em Brasília quando se fala em Saúde, já foi secretária no governo Luiz Henrique e conhece a máquina.

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Outro gol de Jorginho foi encaixar o deputado Coronel Armando na Defesa Civil. O novo governo precisava de um nome claramente identificado com o bolsonarismo. Escolheu um militar do Exército que foi colega de Bolsonaro na Aman, a Academia Militar das Agulhas Negras, e que conta com o respeito e a amizade do presidente da República. Bolsonaro chegou a visitar Coronel Armando em casa, em Joinville, em uma de suas viagens de férias a SC.

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Apesar disso, o deputado não faz parte da ala mais radical e estridente do bolsonarismo, que poderia colocar o governador eleito em bola dividida – e tem formação na área de Defesa Civil. Foi uma escolha sensata, que agradou Bolsonaro e foi bem recebida pela ala bolsonarista.

Nos bastidores da formação do secretariado está o filho do governador eleito, Filipe Mello – braço direito e articulador político de Jorginho. É ele quem tem feito as conversas com os “candidatos” a secretários, um a um.

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O próximo passo será a acomodação dos acordos partidários, o que envolve as negociações para a presidência da Alesc. Jorginho confirmou que as conversas estão ocorrendo e a tendência é que os novos anúncios aconteçam nos próximos dias, incluindo as indicações partidárias. Mas, diante da vitrine que apresentou, o novo governador deixou claro que, ainda que tenha sobrado algum espaço para os aliados, será ele o dono da bola.