Uma operação conjunta entre a Delegacia da Polícia Federal em Itajaí e a Polícia Civil desarticulou uma quadrilha que produzia e vendia a droga sintética MDMA. Os policiais localizaram em Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, um laboratório onde a droga era processada. Seis pessoas foram presas, entre elas um engenheiro químico, que trabalhava na montagem do laboratório, e um empresário de Joinville, suspeito de desviar os produtos para a produção de ecstasy.

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As proporções do laboratório, e a maneira como ele foi montado, são considerados inéditos em Santa Catarina pela polícia.

As investigações começaram em fevereiro do ano passado, quando a Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú descobriu uma pequena fabricação de ecstasy _ que tem o mesmo princípio ativo de MDMA _ e encontrou no local produtos químicos pertencentes à empresa investigada em Joinville.

Desde então, a Polícia Federal passou a avaliar a movimentação dos produtos. Por serem substâncias perigosas, os mapas de compra e os estoques precisam, por lei, ser registrados junto à PF.

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_ Se verificou que eram muitos compradores, pessoas que não moravam na região, e não tinha lógica estarem aqui. A análise de CPF dos compradores também mostrou que eles não tinham atividade profissional relacionada a produtos químicos _ explica o delegado.

Entre as incoerências, a polícia descobriu a venda de ácido clorídrico _ usado na produção da droga _ para um assistente administrativo, e a compra de produtos similares por idosos em outros estados do país.

A polícia chegou ao laboratório depois de ter apreendido na noite de terça-feira (26), com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma grande quantidade de drogas sintéticas e de ter prendido em flagrante dois dos suspeitos. De acordo com o delegado Biegas, a maioria dos presos não tinha antecedentes criminais.

A polícia acredita que a quadrilha usava lojas no Litoral para lavagem do dinheiro obtido com a venda de drogas. Na manhã desta quarta-feira, são cumpridos mandados de busca e apreensão em Camboriú, Balneário Camboriú, Joinville, Rio dos Cedros e Anitápolis.

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Os policiais estão à procura do local onde os comprimidos eram prensados, já que isso não ocorria no laboratório de Rio dos Cedros.

A operação recebeu o nome de Psy Trance, em referência às festas de música eletrônica onde a droga costuma ser consumida.