A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (17) um mandado de busca e apreensão em Balneário Camboriú que faz parte da Operação Além-Mar, deflagrada pela PF em Pernambuco. O alvo é uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, que atua enviando cocaína para o exterior em navios cargueiros e em veleiros. A operação inclui o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis ligados ao grupo criminoso, além do bloqueio judicial de R$ 100 milhões.

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São cumpridos ao todo 50 mandados de prisão e 139 de busca e apreensão, em 13 estados – além de Santa Catarina, também em Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Distrito Federal. A PF não divulgou quem foi o alvo do mandado em Santa Catarina, e qual a ligação com a quadrilha. Os policiais estiveram em um apartamento, e recolheram documentos.

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As investigações da Operação Além-Mar começaram em 2018. Desde então, 11 toneladas de cocaína que pertenciam ao grupo foram aprendidas, no Brasil e no exterior. De acordo com a PF, o esquema não foi interrompido nem mesmo durante a pandemia, quando o transporte marítimo ficou mais restrito. Entre março e julho deste ano foi apreendida 1,5 tonelada de cocaína.

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Durante a fase sigilosa de apuração, 12 pessoas foram presas – inclusive um traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency (NCA), do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí (SP), em março do ano passado.

Dinheiro apreendido
Dinheiro apreendido (Foto: Divulgaçã PF )

O esquema descoberto pela polícia envolve quatro organizações criminosas que atuam de forma autônoma e associada. A primeira delas tem sede em São Paulo (SP), e cuida do transporte de cocaína vinda do Paraguai em aeronaves.

O segundo grupo, sediado em Campinas (SP), recebe a cocaína que chega ao Brasil por meio do outro grupo e faz a distribuição, interna e externa, com exportação da droga para Cabo Verde e Europa. 

A terceira parte da quadrilha, estabelecida em Recife (PE), é formada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão. A eles cabe a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento até o momento de ocultação nos contêineres.

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A quarta organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo, atua como um banco paralelo. Segundo a PF, o grupo oferece uma rede de contas bancárias que estão em nome de empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”, para movimentação do dinheiro do tráfico.

O principal porto usado pela quadrilha, para o envio de drogas escondidas nos navios, é o de Natal, no Rio Grande do Norte.

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