Donald Trump está de volta à Casa Branca. É o retorno do showman ao Salão Oval, com uma retórica ainda mais radicalizada e estridente. Comunicador habilidoso, Trump, que subverteu a comunicação política em espetáculo, desta vez tem o partido Republicano rendido e o Congresso e a Suprema Corte a seus pés, além do Vale do Silício. É a apoteose da direita radical, referendada pelo retorno de seu garoto-propaganda ao poder.

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O discurso do presidente em Washington oscilou entre o absurdo e o criminoso. Passou pela política imigratória, por denúncias vazias de “censura”, pela promessa de protencionismo fiscal e de expansão territorial, e por um viés claramente homofóbico.

Não há dúvidas, desta vez, de que Trump colocará em prática algumas das medidas que anuncia – a pressão sobre os imigrantes ilegais, por exemplo, já está em curso. Mas, de forma geral, especialistas avaliam que parte da retórica trumpista consiste em apontar medidas excessivamente duras, para que as políticas reais que planeja não soem tão ruins assim quando comparadas ao discurso.

Mas não é só. Trump retoma a promessa de torna a América grande de novo. E esta é uma promessa e tanto.

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O mundo passa por uma mudança de rota, uma adaptação a novos tempos. Não é diferente com os norte-americanos. O poder de compra é muito menor do que dos nossos pais ou avós. Muitos trabalhos deixaram ou deixarão de existir em um curto espaço de tempo. Vivemos um período de instabilidade.

Quem esteve na posse de Trump:

Nos Estados Unidos, o poderio que se manteve intacto desde o fim da Segunda Guerra Mundial vê-se agora ameaçado pelo surgimento de novas potências, em especial a China. A América já não é mais tão grande assim.

Trump agrada o norte-americano médio porque existe um sentimento de urgência por um vislumbre de futuro. Ao mesmo tempo que traz essa promessa, o presidente aponta espantalhos como a imigração e até a homossexualidade como inimigos a serem enfrentados, para que a América seja “great again”.

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É um discurso falacioso e vazio, mas que encontra eco. A retórica tende a servir para arregimentar o apoio popular e consolidar um presidente com tendências autoritárias, admirador de ditadores e para quem a democracia, com seus pesos e contrapesos, parece ser só um entrave. O mundo que se segure: está inaugurada a nova era Trump.