O mar tem cor de esmeralda, em contraste com o azul do céu. Mas o som do vaivém das ondas em Porto Belo agora disputa com o bate-estacas da construção civil, cada vez mais constante. A cidade do Litoral Norte, que está “colada” em Itapema e Bombinhas, e a apenas 26 quilômetros de Balneário Camboriú, tornou-se tornou a “queridinha” do disputado mercado imobiliário de Santa Catarina – um título que já trouxe um onda de novos milionários e que fará o pequeno município, de 27 mil habitantes, dobrar de tamanho nos próximos anos.
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Uma das mais antigas cidades de SC, fundada em 1832, Porto Belo era uma pacata cidade litorânea, que vivia da pesca e do turismo, especialmente da visitação dos transatlânticos, até ser descoberta pela construção civil. Um movimento que, segundo o prefeito Joel Lucinda, começou com as mudanças no Plano Diretor a partir de 2011, que incentivaram a verticalização.
Imensas áreas que serviam como pasto, viraram loteamentos e rapidamente começaram a despertar o interesse dos investidores. Atualmente, alguns dos maiores, mais sofisticados e mais modernos empreendimentos do país estão em construção ou têm obras para iniciar em Porto Belo.
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É o caso, por exemplo, do Condomínio Aeronáutica Costa Esmeralda, um dos únicos do Brasil com pista de pouso para aeronaves dentro do próprio residencial. Outro lançamento que ganhou destaque nacional foi o lançamento do Vivapark Porto Belo, o primeiro bairro-parque do país, com capacidade, sozinho, para 30 mil pessoas – mais do que população atual de Porto Belo, o que significa que o empreendimento terá a capacidade, sozinho, de dobrar o número de habitantes do município em tempo recorde.
Recentemente, a Maybelly Incorporadora anunciou mais um projeto de grande porte na cidade, o Oporto, considerado o maior empreendimento do Litoral Norte de Santa Catarina, que terá área equivalente a 30 campos de futebol.
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O efeito dessa mudança de rumo é perceptível não apenas pelo som das obras, mas também pela maneira como elas têm alterado a paisagem. Um exemplo é o cobiçado Balneário Perequê, um dos favoritos dos investidores, onde a verticalização chegou com tudo. De longe, parece uma mini-Balneário Camboriú. Outro bairro que também tem cada vez mais procura é o Jardim Dourado.
O ritmo acelerado do mercado imobiliário local reflete nos números. Segundo estimativa da Secretaria Municipal de Planejamento, do início de 2020 a julho de 2023 foram concedidos 566 alvarás de construção residencial e comercial. Do total, 195 para a edificação de prédios.
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Somados, os alvarás equivalem a 2,1 milhões de metros quadrados de área construída, uma média de 730 mil metros quadrados autorizados por ano. É mais do que a vizinha Balneário Camboriú, “estrela” do mercado imobiliário nacional, onde, no ano passado, foi autorizada a construção de 563 mil m².
(Este texto integra uma reportagem completa sobre o mercado imobiliário de Porto Belo, publicada na edição impressa deste fim de semana. Acompanhe na coluna a publicação dos próximos textos da série online: descubra sobre a explosão de arrecadação em Porto Belo, e o desafio de crescer com infraestrutura e de forma sustentável )
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