O brinde de Moisés a um governo defunto

São reveladoras as imagens captadas pelo cinegrafista da NSC TV, Wenndel Paixão, sobre a reação do governador Carlos Moisés (PSL) à votação que selaria o início do processo de impeachment contra ele e a vice-governadora Daniela Reinehr. Cercado por algumas pessoas, o governador conversa tranquilamente enquanto é servido por um garçom.

​> Vídeo mostra a reação de Carlos Moisés durante votação do pedido de impeachment​

​> Tire suas dúvidas sobre o processo de impeachment de Moisés e Daniela

Àquela altura, o clima ainda era tenso na Assembleia Legislativa. Moisés certamente já sabia qual seria o resultado da votação – assim como Daniela, que decidiu assistir à sessão dentro da Alesc. Mas a postura do comandante é simbólica, lembra os violinistas do Titanic que tocavam para distrair os tripulantes quando o navio começava a afundar.

Houve insistência da base governista para que o governador fosse ao Legislativo e lesse, ele mesmo, a carta em que se dispõe a renovar o diálogo com o Parlamento se escapar do impeachment. Moisés não quis se expor e terceirizou a função para a líder do governo, deputada Paulinha (PDT).

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Mais uma vez, a defesa do governador veio em forma de nota oficial, sem voz, sem apelo, sem rosto.

Ao assistir relaxado – aparentemente, com o copo de cerveja na mão – à confirmação de um processo que afirma ser injusto, Moisés parece conformado com o destino do próprio governo e imune ao rosário de críticas desfiado pelos deputados e às ofensivas da Alesc, que apressou o processo de impeachment,

Dono de uma carreira meteórica na vida pública, o comandante, campeão de apneia – a habilidade de mergulhar sem respirar – demorou a se sentir à vontade no terno de governador. O ar despreocupado com que foi flagrado em meio à votação do impeachment mostra que, talvez, nunca tenha mesmo gostado de política.

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