Polarizado, fadado a uma pandemia sem fim e sob uma crise econômica que coloca ossos no prato dos mais pobres, o Brasil parecer ter feito as pazes consigo mesmo nos Jogos Olímpicos de Tóquio – ainda que provisoriamente. Na flecha de Oxóssi de Paulinho, que celebrou a diversidade religiosa, na alegria contagiante de Rayssa Leal, no choro emocionado de Ítalo Ferreira, tem um pouquinho de um país que já não se reconhecia no espelho.

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O esporte, afinal, tem dessas coisas. Entre símbolos e gestos, vitórias e derrotas, consegue despertar o senso de coletividade, de pertencimento, que andava esquecido por aqui. Aquele sentimento que insistem em nos negar nestes tempos sombrios.

Okê Arô! Saravá meu Pai pic.twitter.com/d3PPcUEEC2
— Paulinho (@PaulinhoPH7) July 22, 2021

Faz lembrar que existe um outro Brasil, que não é aquele se orgulha de ter virado um pária. Nem o que despreza e debocha da morte de mais de meio milhão de brasileiros. O Brasil de verdade é um país que se importa. Que honra e celebra nossa cultura e diversidade.

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Em 2018, a campanha “O Brasil que eu Quero”, lançada pelo jornalismo da Globo, incentivava os telespectadores a dizer que país esperavam ver no futuro. Pois o slogan cai como uma luva para este momento de reencontro. O Brasil que eu quero está dando as caras nas Olimpíadas – e é um sucesso.

Uma pena termos que nos despedir de Tóquio em 8 de agosto. O show acaba, as luzes se apagam, e voltaremos à nossa tragédia cotidiana. O “velho normal”.

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O Brasil que eu quero dá as caras em Tóquio

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