Santa Catarina vinha enfrentando a pandemia sob um inverno morno – em todos os sentidos. Até que a massa de polar baixou de vez as temperaturas e trouxe a neve, em pleno fim de agosto. O resultado é que, em meio à aceleração do coronavírus, a Serra Catarinense, que está em fase de risco gravíssimo, recebe um grande fluxo turístico.

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Diante de alguns excessos, como a falta de máscaras, o prefeito de São Joaquim, Giovani Nunes, lamentou a irresponsabilidade de alguns turistas – o que leva ao inevitável questionamento sobre a viabilidade de ter turismo neste cenário da pandemia.

O presidente da Santur, Mané Ferrari, conversou com a coluna sobre esse assunto. Ressaltou as medidas de contenção e disse que a situação está sob controle. Mané também adiantou como a experiência poderá interferir nas regras para o turismo de verão.

Mané Ferrari, presidente da Santur
Mané Ferrari, presidente da Santur (Foto: Divulgação)

Avalia que SC está em condições se ter fluxo turístico?

Desde o início, em conversa com todos os municípios, com a Amures (Associação dos Municípios da Região Serrana), Defesa Civil, Polícia Militar, Rodoviária e Bombeiros, foi (determinado) que as pessoas só fossem para a Serra a partir do momento que tivessem reserva, dentro daqueles 40% (de limite) que tem nos hotéis e pousadas. Segundo relatos que temos recebido pela polícia, e imagens que ficam mais claras, de drone, está sendo bem tranquilo. Vimos imagens da cachoeira, do mirante da Serra do Rio do Rastro, que tem câmera e barreira desde o começo do inverno. Isso se intensificou desde quinta-feira, com uma iniciativa da Polícia Militar, e agora mais uma guarnição dos Bombeiros vai ficar permanente ali (no mirante).

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Quem faz o controle da ocupação de leitos na rede de hospedagem?

Esse controle é feito pelos municípios. Cada um tem sua gestão em cima disso, e a polícia está junto para controlar. Mas, com relação a isso, os próprios hotéis que fazem parte da Amaures também estão nos munindo de informações de que estão cumprindo os 40%. Tem até pousada que não quis nem abrir, nem atender. Todo mundo está preocupado em receber um fluxo muito grande e a pandemia disparar também. Por isso a gente conversou com a polícia, que prontamente decidiu mandar mais efetivo, até para caso aconteça aglomeração em espaços públicos.

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Neste momento da pandemia, seria viável proibir o turismo?

Jamais a gente gostaria de estar passando por isso, e a neve sempre foi sonho de muitos. As pessoas estão sedentas por sair de casa, querendo turismo. Não deixamos de promover o Estado para depois da pandemia e vemos uma procura por Santa Catarina muito grande. Claro que a neve traz sempre repercussão nacional, e as pessoas acabam vindo.

Estamos em meio a esse inverno rigoroso fora de hora, mas o verão está logo ali. Como será o início dessa que será, possivelmente, uma temporada diferente?

Estamos criando com o trade turístico o (projeto) Viaja Mais SC, entendemos e temos visto que o turismo regional é o que vai prevalecer neste momento. Quem ia para o exterior, não vai. A gente está preocupado em regrar com segurança, tanto para o turista como para quem trabalha com o turismo. Estamos fazendo um selo, já tem um selo do Ministério do Turismo, do WTPC, então estamos fazendo um ainda mais fortalecido, com esses outros selos em conjunto, para dar mais segurança aos nossos atrativos em Santa Catarina. Para que a gente possa, sim, ter uma temporada boa, mas bem tranquila de segurança em relação à Covid-19.

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Quando essas regras serão definidas?

Estamos aguardando a Saúde, a tendência é de que a curva comece a diminuir agora. Acreditamos que em setembro começa a diminuir. Hoje, inclusive, tivemos uma reunião com a Clia/Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), com o pessoal de Balneário Camboriú, da Tedesco, para começar a ver os protocolos dos navios. Eles ainda estão aguardando a Anvisa, mas já solicitamos que nos enviem os protocolos sugeridos para que comecemos a trabalhar isso. É um mercado que sabemos que SC estava forte, e não pode parar.

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