O decreto municipal de estado de atenção, devido ao nível baixo do Rio Camboriú, permite à Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) multar quem desperdiça água. As autuações partem de R$ 27 mil.
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Desde sexta-feira foram emitidas 28 advertências e notificações por desperdício, como lavação de calçadas. Como os consumidores atenderam à ordem de suspender o gasto desnecessário de água, ninguém foi multado até agora.
O que preocupa a Emasa, que abastece Balneário Camboriú e Camboriú, são os desvios ilegais de água para as arrozeiras, na zona rural de Camboriú. Na última quarta-feira, quando o nível do rio chegou a 89 centímetros _ a partir de 80, a captação é suspensa _ a Guarda Municipal de Balneário sobrevoou a região com drones e descobriu que arrozeiros haviam descumprido o acordo de não puxar água do rio durante a seca.
As equipes se preparam para fazer um novo sobrevoo, ou para subir o rio com embarcações nesta segunda-feira. Com o fechamento dos desvios identificados, o nível da água do rio subiu para 1,2 metro. Douglas Beber, presidente da Emasa, diz que as arrozeiras consomem mais do que a demanda máxima da empresa de água, que é de 1,1 mil litros por segundo _ volume de consumo durante a alta temporada de verão.
A última chuva com volume significativo na região ocorreu em 24 de novembro.
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Chuveiros religados
Uma das medidas tomadas pela Emasa para reduzir o consumo de água em Balneário Camboriú foi desligar os 60 chuveiros da Praia Central. Mas a fiscalização descobriu que eles haviam sido religados por banhistas, que mexeram no registro. A Emasa, então, precisou abrir a calçada e lacrar os chuveiros.
Parque inundável
A solução para períodos de estiagem no Rio Camboriú é um parque inundável, que demanda a desapropriação de uma área de 500 hectares. Ocorre que a proposta encontra resistência na Câmara de Vereadores.
Além de garantir o abastecimento, o projeto prevê a retenção das cheias, reduzindo o risco de enchentes nas duas cidades. Para tirar o parque do papel é necessário um investimento de R$ 100 milhões _ só as desapropriações devem consumir de R$ 60 a 80 milhões.
Plano B
O “plano B” é começar a captar água do Rio Itajaí Mirim ou do Rio Itajaí-Açu. No caso do Itajaí-açu, a distância e a qualidade da água tornam o projeto inviável (a estimativa é que chegue a R$ 200 milhões). O Rio Itajaí-Mirim é uma opção mais simples, mas demandaria autorizações para passar com as adutoras pela BR-101 _ um processo que costuma ser moroso e difícil.
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