O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma ação civil pública à Justiça, com pedido de liminar, para impedir que a prefeitura de Itajaí autorize construções que provoquem sombreamento na orla da Praia Brava. A aplicação da outorga onerosa tem feito com que sejam aprovados edifícios cada vez mais altos, que já impactam as horas de sol na faixa de areia e sobre a restinga.
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Na ação, o procurador Marcelo Godoy alega que estão comprovados os impactos negativos do sombreamento sobre a biota local, as condições sanitárias, paisagísticas e a qualidade de vida da população. O MPF argumenta que esses efeitos já foram reconhecidos, inclusive, pelo órgão ambiental municipal – o Instituto Itajaí Sustentável (Inis) – que, apesar disso, continua permitindo o avanço da sombra sobre a praia.
Com sombra dos prédios na areia Praia Brava pode virar “filial” de Balneário Camboriú
O pedido do procurador se estende a toda a orla da praia, do Canto Sul ao Canto Norte, na região do Canto do Morcego. O pedido é para que a Justiça impeça a construção de empreendimentos que provoquem sombra antes das 17h no período de inverno – época em que é menor a incidência solar.
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O juiz Tiago do Carmo Martins deu prazo de 72 horas para que todas as partes envolvidas na ação se manifestem, antes de tomar uma decisão.
Lei dobra tamanho dos prédios na Praia Brava em Itajaí
Construção de mais prédios no Canto do Morcego em Itajaí entra na pauta do Conselho Territorial
O assunto chegou a ser discutido em junho em uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Itajaí, proposta pela vereadora Anna Carolina Martins (PSDB), que é autora de um projeto de lei para conter o sombreamento. Na ocasião, o secretário de Urbanismo de Itajaí, Rodrigo Lamin, minimizou o problema dizendo que que os postos guarda-vidas também provocam sombra na faixa de areia.
Balneário Camboriú é a ‘praia que perdeu o sol’ em publicação internacional
Originalmente, o Plano Diretor da Praia Brava permite apenas prédios baixos. Na beira-mar, a lei estabelece térreo mais dois – aumentando gradativamente a cada quadra, sem passar de seis pavimentos. Mas as leis do solo criado e da outorga onerosa, que passaram a valer em 2016, deram uma “rasteira” no Plano Diretor e dobraram o número de andares permitido.
Na prática, as construtoras podem pagar ao município para construir edifícios mais altos do que o permitido por lei. Ocorre que, diferente das regras do Plano Diretor, essa mudança foi aprovada pelo Legislativo sem ter sido debatida com a sociedade e foi alvo de ações judiciais, por ter sido votada às pressas.
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Após fama de praia sem sol, Balneário Camboriú começa obras para alargar a faixa de areia
Alvo de intensa atividade da construção civil, a Praia Brava tem como “espelho” a vizinha Balneário Camboriú, onde o sol é apagado pelos prédios na orla da Praia Central, todo início de tarde. A cidade deve reduzir o impacto dos arranha-céus no tempo de sol com o alargamento da faixa de areia, que custará R$ 66 milhões.
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