A 6ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú enviou ao Conselho Regional de Medicina (CRM-SC), neste sábado (4), um questionamento sobre a mudança de protocolo para tratamento de Covid-19 no município. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirma haver indícios de que a alteração tenha “influência religiosa e política”.
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O promotor Álvaro Pereira Oliveira Melo questiona se, na avaliação da entidade, há critérios éticos e científicos para a mudança no protocolo de tratamento para pacientes com coronavírus, que têm sintomas iniciais. Ele cita, no pedido, a entrevista feta pelo prefeito Fabrício Oliveira nas redes sociais com a médica Nise Yamagushi, notória defensora da cloroquina. E, também, o fato de médicos da Secretaria Municipal de Saúde terem deixado o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 após a adoção de novos medicamentos, como a ivermectina, que ainda está em fase de estudos.
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O pedido diz que não é intenção do MPSC analisar protocolos médicos, mas afirma ser preocupante que “o exercício da medicina possa sofrer qualquer tipo de influência que venha a ferir posições científicas e éticas dos médicos”.
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Conforme informou a coluna, as mudanças levaram pelo menos três médicos a se retirarem do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Balneário Camboriú. Os profissionais se recusaram a adotar a prescrição de medicamentos para tratar os sintomas iniciais da doença que ainda não têm eficácia comprovada.
Em nota, a prefeitura de Balneário Camboriú informou que a mudança de protocolo servirá para evitar internações, que poderiam colapsar a rede de atendimento. Afirmou que o protocolo incluirá “invermectina, azitromicina, paracetamol e outros medicamentos”, que serão usados conforme avaliação médica. Por fim, diz que “a politização de temas como esse, dando contornos religiosos neste momento do debate é uma afronta à inteligência e reforçam valores minúsculos, medíocres e que sequer merecem”.
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