A promotora Rosimary Machado Silva, da 27ª Promotoria de Justiça de Florianópolis, pediu esclarecimentos à Assembleia Legislativa sobre as diárias solicitadas pelo gabinete da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL). O Ministério Público quer saber se as viagens da parlamentar, relatadas no Portal da Transparência, estão sendo usadas para o lançamento de seu livro, “Feminismo: Perversão e Subversão”, dentro e fora do Estado.
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O procedimento instaurado pela promotora é uma notícia de fato, um processo inicial que tem prazo de 30 dias para ser concluído. Durante esse período, ela vai analisar informações e decidir se dará sequência à investigação por meio de inquérito.
Depois do expediente
Desde o início do mandato, o gabinete de Ana Caroline Campagolo gastou R$ 19.145 em viagens (dados de 17/4). No primeiro mês de atuação, em fevereiro, o gasto em diárias foi de R$ 6,5 mil. O valor quase dobrou em março, mês em que a deputada lançou seu livro antifeminista: R$ 11,5 mil.
A assessoria da deputada disse que ela não comentará a investigação do MP. Nas redes sociais, Ana Caroline diz que não cometeu nenhuma ilegalidade e afirmou que os eventos de lançamento do livro de que participou ocorreram “depois do expediente”.
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A apresentação da obra geralmente é feita junto com uma palestra da parlamentar.
A mais estrondosa delas ocorreu em Brasília, a convite do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, no dia 28 de março. Ana Caroline participou de um painel sobre “Armadilhas do Feminismo”.
Por e-mail, o Ministério, que é comandado pela polêmica ministra Damares Alves, informou que não pagou pela apresentação da deputada catarinense. Naquela data, Ana Caroline solicitou uma diária em Brasília, com valor de R$ 770. De acordo com o Portal da Transparência, a diária foi devolvida.
