Um inquérito instaurado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apura se há omissão da prefeitura de Balneário Camboriú em não decretar medidas mais restritivas de isolamento social, enquanto o número de casos e de óbitos por Covid-19 segue acelerado – e hospitais públicos e privados já sofrem com a lotação dos leitos de UTI. A investigação é por suspeita de improbidade administrativa.
Continua depois da publicidade
> Entidades se manifestam contra indicação de ivermectina para pacientes com covid-19
Há duas semanas, a região da Foz do Itajaí-Açu permanece em nível gravíssimo de risco para transmissão do novo coronavírus. O Estado recomendou aos municípios – entre eles Balneário Camboriú – a suspensão de atividades que possam favorecer a contaminação por um perído de 14 dias. Nenhuma das cidades da região adotou a recomendação.
O procedimento é da 9ª Promotoria de Justiça, e considera que as ações de enfrentamento interferem diretamente na classificação de riscos das localidades. “Por óbvio, em localidade onde o risco tenha aumentado, deve-se adotar uma medida de distanciamento social mais rigorosa, conduta esta que tem sido inegável e conscientemente deixada de lado e completamente abandonada pelo Chefe do Poder Executivo Municipal de Balneário Camboriú”, escreve o promotor Jean Forest.
> Suposto efeito da ivermectina contra Covid-19 provoca corrida às farmácias de Blumenau
Continua depois da publicidade
O procedimento diz que a inércia da prefeitura é motivada pela pressão de comerciantes, e considera que cuidados excepcionais para conter os riscos à população é dever, e não poder da administração pública. Cita, ainda, a adoção de um novo protocolo, inspirado nas ideias da médica Nise Yamaguchi – com quem o prefeito fez uma “live” no fim de semana.
O novo protocolo, que inclui medicamentos sem comprovação científica de eficácia para Covid-19 , como o vermífugo ivermectina, levou ao pedido de afastamento de três médicos do comitê que coordena as ações de combate à pandemia na cidade. Para a promotoria, o município deveria investir na contenção da disseminação da doença.
“O agente político fica adstrito ao dever de adotar com a máxima urgência as medidas tendentes à implantação de um plano apto e seguro a fim de conter a disseminação do vírus SARS-CoV-2, do qual se possa levar ao declínio dos índices de contágio, e NÃO de definir medidas preventivas ou protocolos de atendimento no sistema de saúde baseadas em enaltecimento pessoal com o objetivo de servir de palanque político”, afirma o documento de instauração de inquérito.
Continua depois da publicidade
> Painel do Coronavírus: veja em mapas e gráficos a evolução dos casos em Santa Catarina
A prefeitura de Balneário Camboriú informou que vai se manifestar quando tiver acesso à investigação.
Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz