A subida de Jorginho Mello (PL) na pesquisa Ipec contratada pela NSC tem provocado um movimento curioso em uma parte da centro-esquerda em Santa Catarina. Começaram a circular nos últimos dias mensagens nas redes sociais estimulando “voto útil” no governador Carlos Moisés (Republicanos) como forma de contrapor a principal figura do bolsonarismo na disputa pelo governo.
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Uma movimentação da esquerda em direção a Moisés neste momento seria peculiar porque o governador está no Republicanos, partido que também integra o tripé de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha à reeleição, junto com PL e PP.
Moisés tampouco é uma figura dissociada do bolsonarismo. Ao longo do governo, manteve diálogo com alguns dos nomes da extrema-direita no Legislativo e tomou medidas alinhadas a pautas bolsonaristas, como a proibição de linguagem neutra em universidades. Por outro lado, manteve um bom relacionamento com a esquerda na Alesc e conseguiu a simpatia dos progressistas com programas sociais.
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A campanha de Moisés garante que não discutiu a estratégia de apelar para o “voto útil” contra Jorginho Mello. O que intimida o governador a fazer esse aceno é que os números de intenção de votos para presidência da República provam que o presidente Jair Bolsonaro é o grande cabo eleitoral das eleições em Santa Catarina. Moisés precisa do voto bolsonarista, que se sente melindrado diante de qualquer aceno para fora de seu espectro ideológico.
Candidato da esquerda ao governo do Estado, Décio Lima (PT) contesta que haja movimentação por “voto útil” em Moisés. Ele diz que se trata de uma jogada de marketing da campanha do governador, em resposta ao crescimento de sua própria candidatura. Décio subiu quatro pontos e está com 10%, de acordo com o Ipec. Moisés desceu três, em comparação com o primeiro levantamento.
– Voto útil tem que ser contra o bolsonarismo. E o único que é contra o bolsonarismo sou eu. Vão querer um candidato defendendo Bolsonaro no segundo turno em SC? – provocou.