O combate à dengue, que este ano registra epidemia em três cidades no Litoral em pleno inverno – Itapema, Camboriú e Porto Belo – enfrenta um novo desafio. Uma nota do Ministério da Saúde reconhece que há resistência do mosquito aedes aegypti aos inseticidas usados no combate aos focos no Brasil.

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A conclusão veio após um levantamento feito em todos os estados brasileiros, em municípios escolhidos por amostragem. Foi detectada resistência do mosquito ao malathion, produto usado no fumacê, em todo o território nacional. Em estados do Nordeste, também se constatou que o mosquito já não reage como deveria ao larvicida.

A constatação levou o Ministério da Saúde a definir a substituição, o que já foi comunicado às secretarias estaduais e municipais de saúde.

A medida deve atrasar a reposição do fumacê em Santa Catarina. O Estado está há meses sem acesso ao malathion, porque o produto está em falta no país. A compra é feita pelo governo federal por meio da Organização Panamericana de Saúde (Opas).

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O fumacê é o último recurso na prevenção contra a dengue, para evitar a proliferação em locais frequentados por pacientes contaminados. Embora não seja a linha de frente no combate à doença, faz falta em situações de epidemia como as do Litoral.

Esperado

João Fuck, gerente de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive), diz que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que se avalie periodicamente a adaptação do mosquito da dengue aos produtos usados para combatê-lo. A substituição, segundo ele, era esperada e evita uma resistência maciça aos efeitos dos químicos. A melhor forma de prevenção, no entanto, continua sendo evitar os criadouros.

Calor

Pela primeira vez dos últimos anos, não tivemos massas de ar frio persistentes para interromper o ciclo de vida do mosquito da dengue neste inverno. O que acende o sinal de alerta no Estado. O cenário, ainda incerto, aponto para um risco potencializado de transmissão.