As mortes por Covid-19 entre pessoas de 30 a 39 anos superaram, nesta segunda-feira (8), todos os óbitos ocorridos no mês de fevereiro nessa faixa etária. Foram 29 mortes em oito dias, contra 25 em todo o mês anterior.

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Os números foram compilados por Cristian Weiss, jornalista de dados da NSC, com informações divulgadas nos boletins diários do Governo do Estado. A quantidade de óbitos, nos primeiros oito dias de março, também é a maior de toda a série histórica da pandemia no Estado, desde março do ano passado. 

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Há crescimento gradativo, também, entre jovens de 20 a 29 anos e entre crianças de zero a nove anos. Essas duas faixas etárias tiveram recorde de mortes em fevereiro – 13 e 5, respectivamente. 

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A estatística coincide com uma observação feita por profissionais de saúde que atuam nos hospitais, de que há uma mudança de perfil entre as vítimas do novo coronavírus nesta terceira onda de Covid-19.

A informação também foi confirmada pelo superintendente de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde, Ramon Tartari, em entrevista à coluna. Ele relatou que os pacientes que têm chegado às UTIs são mais jovens, sem comorbidades e mais graves do que em outros momentos da pandemia. 

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Especialistas como a médica infectologista Sabrina Sabino apontam diferentes razões para os óbitos de pessoas mais jovens. A primeira delas é que pessoas nessa faixa etária descuidaram das medidas básicas de prevenção, e se expuseram mais ao longo dos últmos meses. A segunda é a presença de novas variantes, mais transmissíveis, que aumentam o potencial de contaminação – com mais pessoas infectadas, mais pacientes ficarão em estado grave e precisarão de assistência hospitalar.

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Saúde no improviso

O aumento de óbitos entre pessoas mais jovens também pode estar relacionado ao colapso no sistema de saúde: o acesso a leitos de UTI ficou mais difícil e, em todo o Estado, a alta demanda exigiu que profissionais menos experientes em procedimentos complexos, como a intubação, sejam deslocados para cumprir essa função. 

Fontes ouvidas pela coluna apontam que essa consequência do excesso de pacientes na rede hospitalar pode reduzir a qualidade da assistência que os pacientes recebem nos hospitais – o que resulta em mais mortes.

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