A sensação de que a vida voltou ao “normal” em Santa Catarina, após a liberação de praticamente todas as atividades econômicas, reflete nos números do monitoramento remoto de aparelhos celulares, feito pela Polícia Militar. Na última semana, a taxa de isolamento ficou em 45%. O que significa que menos da metade dos catarinenses permaneceu em casa.

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Ontem, domingo, 55% dos aparelhos monitorados indicaram que não houve movimentação. É 8% menos do que a taxa de isolamento do domingo anterior, quando praias e parques, por exemplo, ainda não haviam sido liberados.

O levantamento considera os dados de movimentação de 1,5 milhão de aparelhos celulares. Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, o comandante Geral da PM, coronel Araújo Gomes, avaliou o índice positivamente. Considerou que, mesmo com a liberação de diversas atividades, muitos catarinenses continuam em isolamento domiciliar.

Mas basta uma rápida saída pelas principais cidades do Estado para perceber que a vida flui em ritmo quase normal. Não fossem as máscaras – algumas, aliás, usadas no queixo, em vez de cobrir o nariz e a boca -, algum desavisado poderia pensar que o coronavírus já não é mais uma ameaça.

No fim de semana, restaurantes estiveram movimentados e, no Litoral, foi grande o vaivém de veículos de fora, o que indica fluxo turístico. Muitos carros, inclusive, de estados onde a pandemia já está em situação muito mais crítica, como São Paulo.

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O secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, mostrou preocupação. Disse que a “falsa sensação de normalidade” não pode causar “impressão equivocada” em SC. Insistiu que os catarinenses não vão ao supermercado com toda a família, e que evitem frequentar shoppings sem necessidade.

O governador Carlos Moisés disse que enfrentaremos a pior fase da pandemia entre junho e julho. A sensação que se tem, ao ver a maneira como os catarinenses têm convivido com as regras, é de que é preciso muito mais conscientização até lá. Usar a máscara de maneira correta, lavar as mãos e manter distância segura das outras pessoas é só a ponta do iceberg. Para evitar um colapso no sistema de saúde, precisamos saber que ainda não é hora de voltar ao “normal” – ainda que as reaberturas indiquem o contrário.

Chegou a hora de cada um fazer a sua parte.

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