O governador Carlos Moisés (PSL) assinou, com outros 23 governadores, uma carta em que trazem a público a discordância da chamada MP do Saneamento, que teve o texto aprovado na semana passada pela Comissão Mista da Câmara dos Deputados, em Brasília. A Medida Provisória prevê a privatização total dos serviços de saneamento, e impede os municípios de firmar contrato com as estatais – o que inviabiliza a atuação de empresas públicas como a Casan.
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Na carta, publicada no domingo (12), os 24 governadores alertam que as companhias estaduais atendem 120 milhões de pessoas em todo o país, que correspondem a 76% dos usuários do serviço. Reconhecem a necessidade de aumentar a participação do setor privado no saneamento, para viabilizar novos investimentos. Mas afirmam que, da maneira como está, a MP impede novas operações de crédito nas estatais, e congela investimentos pela próxima década.
Sem planos de privatização
O posicionamento do governo contrasta com a opinião do ex-secretário da Fazenda, Almir Gorges, que na semana passada defendeu em uma reunião com empresários, em Itajaí, a venda de ativos como uma das formas de garantir a manutenção dos benefícios fiscais em Santa Catarina.
Moisés, que chegou a anunciar antes de assumir o governo que pensava na liquidação de empresas públicas, tem demonstrado estar satisfeito com a atuação da Casan, Celesc e Epagri na largada do governo. No balanço dos 100 primeiros dias, ressaltou que não há qualquer estudo no sentido de privatização dessas empresas e que, pelo contrário, elas estão trazendo bons resultados.
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A Casan economizou R$ 2,3 milhões com a reestruturação administrativa no período, a Celesc anunciou investimentos e a Epagri lançou serviços para o meio rural.