Apenas seis governadores não assinaram a suscinta nota conjunta, divulgada no domingo (19), em que outros 20 desmentem o presidente Jair Bolsonaro quanto à culpa dos estados pela alta no preço dos combustíveis. Um deles é o governador Carlos Moisés.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Florianópolis e região pelo WhatsApp

Alérgico a manifestações que batam de frente com o presidente da República, que lidera as pesquisas eleitorais em Santa Catarina, Moisés prefere engolir mais um sapo a questionar abertamente as alegações do governo federal quanto ao custo da gasolina, que impacta na inflação e pesa no bolso do catarinense.

Gasolina atinge maior preço médio de 2021 em SC

Interessado na reeleição, o governador sabe que precisa do apoio de ao menos uma parte do eleitor bolsonarista se quiser conquistar um novo mandato – e confrontar o presidente afeta diretamente essa faria do eleitorado. Por esse motivo, Moisés deixou de assinar diversas cartas conjuntas que questionaram ações do presidente ao longo dos últimos meses – a mais recente delas, em apoio aos ministros do STF. Também foi voz dissidente no fórum de governadores, sugerindo chamar o presidente Jair Bolsonaro para o diálogo. 

Continua depois da publicidade

Trata-se de uma estratégia política pessoal de Moisés, para proteger a própria imagem de novos desgastes – ainda que, paradoxalmente, isso o exponha a “levar a culpa” em nome do presidente. É uma estratégia de risco.

Luciano Hang avalia concorrer ao Senado pelo PL de Jorginho Mello

Sem fazer referência direta ao governador, o Governo do Estado vem respondendo às acusações que recebe nas redes sociais pela alta no preço dos combustíveis. No dia 26 de agosto, em uma publicação nos perfis oficiais, esclareceu que desde 1988 Santa Catarina mantém o mesmo índice de ICMS sobre a gasolina: 25%. O texto é claro: “não caia em fake news”.

Curiosamente, o teor é bem semelhante ao da nota dos governadores assinada no fim de semana. O manifesto afirma que o aumento da gasolina é um problema nacional, e que resolvê-lo passa por “falar a verdade”.

Análise: Suspensão da vacina nos adolescentes é cortina de fumaça para escândalo com hidroxicloroquina

Continua depois da publicidade

“Os governadores dos entes federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período”, afirma o texto.

Os 20 signatários são de partidos diversos, da direita à esquerda – de Romeu Zema (Novo-MG) a Flavio Dino (PSB-MA), passando por Eduardo Leite (PSDB-RS) e João Doria (PSDB-SP). A maioria tem pretensões para 2022, mas apostou em uma estratégia diferente de Moisés: descolar-se o quanto antes da alta dos combustíveis, e devolver a bomba ao governo federal.

Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz

Leia também

Teve reação à vacina da Covid-19? Saiba o que fazer

Entenda o conflito no Afeganistão com volta do Talibã ao poder em 10 perguntas e respostas​​​​

Variante Delta: veja a eficácia de cada uma das vacinas da Covid​​

Conheça os 16 animais mais estranhos e raros vistos em SC

As diferenças entre as vacinas da Pfizer, Astrazeneca e Coronavac

Nevascas históricas em Santa Catarina; veja fotos e quando aconteceram