O governador Carlos Moisés (PSL) pisou na bola ao participar de uma festa junina no fim de semana, sem máscara. A justificativa do Governo do Estado diz que as imagens divulgadas são um recorte, que foram feitas no momento em que pessoas se aproximaram e o governador conversou rapidamente. A esta altura, no entanto, a nota deveria incluir um pedido de desculpas aos catarinenses.
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O governador tem buscado se aproximar do empresariado, e aceitar o convite para um fim de semana no hotel fazenda parece fazer parte desse pacote. É um reposicionamento de marca do governo.
Como adiantei na coluna no fim de semana, se 2022 não estivesse tão longe, um desavisado poderia pensar que Moisés está em campanha. Antes recluso, o governador passou a viajar mais pelo Estado. A ver e ser visto. Um movimento de renovação, que ocorre em hora errada – Santa Catarina tem uma pandemia a enfrentar.
Bons resultados nos índices de avanço da doença e de letalidade indicam que, até agora, o Estado se saiu melhor do que o restante do país. Mas nem de longe isso é motivo para relaxar.
Basta lembrar que, há poucos dias, o secretário de Saúde, André Motta Ribeiro, ressaltou que as pessoas não devem abrir mão das medidas de isolamento social, depois que registramos o maior número de mortes em um só dia. O secretário pediu que os catarinenses só saiam em caso de necessidade.
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Ou a recomendação mudou, ou só não valia para o governador. Que, a propósito, assina um decreto, ainda vigente, que proíbe esse tipo de aglomerações.
O governo espera que os catarinenses sigam as medidas de distanciamento social, e regras como o uso de máscaras, para evitar o colapso do sistema de saúde. As autoridades estão cansadas de dizer que não se trata de uma ação individual, mas de uma medida a ser tomada pelo coletivo. Um por todos, todos por um.
Ao ser filmado sem máscara, em meio a um evento com aglomeração, o governador dá sinais trocados aos catarinenses. Um provérbio antigo (e um tanto machista), inspirado em Júlio César, que comandou Roma com mãos de ferro, diz que à mulher de César não basta ser honesta. É preciso parecer honesta. Como o governador vem descobrindo na prática, a imagem anda de mãos dadas com a política.
Não é suficiente ressaltar a importância das medidas de prevenção, é preciso segui-las. E o exemplo vem de cima.
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