Terceiro entrevistado na série de sabatinas com os candidatos ao governo do Estado no Jornal do Almoço, o governador Carlos Moisés (Republicanos) mostrou que, embora tenha ficado mais ao centro no arranjo eleitoral, não quer descolar de Bolsonaro. Questionado por Raphael Faraco e Laine Valgas sobre a relação com o presidente da República, o governador negou que tenha se afastado do governo federal e disse que foi parceiro, citando o investimento em obras de rodovias que são de responsabilidade da União.
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Apesar disso, afirmou que um governador “precisa ser independente” – e falou de situações em que é necessária outra postura. Citou o caso do Aeroporto de Navegantes, em que a concessão do governo federal retirou a previsão de uma segunda pista. O Estado contesta o processo no STF.
O fato é que os acenos ao bolsonarismo têm aparecido com frequência na campanha do governador, que tenta se afastar da pecha de “traidor” e resgatar o voto bolsonarista que o elegeu em 2018. Moisés já apareceu atirando na propaganda eleitoral, já falou em “defesa pessoal” e colocou no ar uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiando a gestão da pandemia em Santa Catarina. O que mostra que tentará “beliscar” o eleitorado disputado por Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP), ainda que procure atrair o eleitor progressista citando políticas sociais.
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O momento mais curioso da entrevista ao JA, no entanto, veio de uma coincidência retórica. Ao responder sobre os respiradores, Moisés disse que foram tomadas precauções, mas que “não existe governo à prova de golpe”.
De certa forma, a fala casa com aquele que foi o momento mais tenso vivido por ele no poder, no primeiro processo de impeachment, quando Santa Catarina esteve muito perto de ver instalado um “governo da Alesc”. Um voto mudou o rumo dessa história, do governo – e de Moisés, que concorre à reeleição.