A vinda de Javier Milei ao Brasil no próximo fim de semana deve escapar dos ritos da diplomacia e dispensar o tratamento de chefe de Estado. A coluna apurou que, até esta quinta-feira (3), não houve comunicado oficial do governo argentino ao Itamaraty sobre a visita do presidente, que participará de um congresso conservador em Balneário Camboriú com Jair Bolsonaro (PL).
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Até que a informação seja oficializada ao governo brasileiro, não se organiza estrutura como, por exemplo, escolta da Polícia Federal ao presidente estrangeiro. É possível que a requisição de segurança ainda ocorra, mas não é comum que isso seja feito de última hora. As autoridades no Brasil ainda não sabem sequer se o presidente argentino chegará pelo Aeroporto de Navegantes ou de Florianópolis.
A assessoria de imprensa da Casa Rosada não informou o caráter da visita de Javier Milei, mas os indícios apontam que a entrada do presidente argentino no país deve se dar de forma não oficial, como ocorreu em recente – e polêmica – visita de Milei à Espanha. Não há previsão de encontro com autoridades brasileiras, o que é praxe em visitas diplomáticas formais. Significa que Milei estará no Brasil como qualquer “turista” ou viajante estrangeiro.
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A coluna apurou, no entanto, que a Embaixada Argentina entrou em contato com a Casa Militar do Governo de Santa Catarina, requisitando apoio logístico e segurança. O governador Jorginho Mello (PL) participou da posse de Milei na Argentina, ao lado de Bolsonaro, e se prepara para receber o presidente do país vizinho.
Em nota à coluna, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que “As Forças Policiais de Santa Catarina farão as ações relativas a segurança das autoridades de acordo com os protocolos que são empregados na recepção de autoridades governamentais e/ou estrangeiras”.
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A nota diz ainda que o Estado não atua no evento privado que terá participação de Milei. “Cabe ressaltar que a responsabilidade da segurança dos eventos que são de iniciativa privada são prerrogativas dos contratantes. As forças públicas devem garantir a ordem. Nestes casos, por questão de segurança, não são divulgados os números e as operações”.
A primeira visita de Milei ao país ocorre em meio a uma escalada da tensão diplomática entre os dois países, diante de provocações do argentino ao presidente Lula (PT). Na terça-feira (2), Milei chamou Lula de “perfeito dinossauro idiota” nas redes sociais.
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