O presidente argentino Javier Milei evitou citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua palestra no congresso CPAC, em Balneário Camboriú, que reúne a cúpula de direita latino-americana neste domingo (7). A fala de Milei foi acompanhada com atenção pelo Itamaraty depois que o argentino aumentou o tom das críticas a Lula às vésperas de sua primeira viagem ao Brasil.

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O discurso do presidente argentino fez referência duas vezes ao Brasil. Milei disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o acompanhava no palco, é perseguido pela Justiça. Na sequência, voltou a fazer menção à Justiça brasileira dizendo que ideias como as dele são alvo de censura.

Milei, que se autointitula anarcocapitalista, fez críticas ao que chamou de “socialismo do século 21” e citou países como Bolívia, Nicarágua e Venezuela. Disse que se trata de um fenômeno “empobrecedor e assassino”.

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– A pobreza é instrumento do socialismo, que entende o pobre como parte do sistema – afirmou Milei.

Veja imagens da passagem de Milei por SC:

O presidente usou a maior parte de sua fala para falar sobre a situação da Argentina. Disse que está aprovando uma reforma trabalhista e econômica que será a maior da história do país, mas admitiu que tem encontrado resistência.

– Vamos sair da miséria, gostem ou não os socialistas.

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A vinda de Milei ao Brasil causou mal-estar e foi vista como um desvio diplomático pelas autoridades brasileiras. O presidente argentino não previu agenda bilateral e nem encontro com o presidente Lula (PT) em sua viagem ao país. O porta-voz do governo afirmou que a prioridade de Milei era uma reunião com o governador Jorginho Mello (PL).

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Também causou descontentamento no Palácio do Planalto o fato de Milei ter preferido vir a Balneário Camboriú para discursas num congresso político ao invés de participar da cúpula do Mercosul, que ocorre em Assunção, no Paraguai, e reúne os chefes de Estado de todo o bloco econômico.