Carlos Moisés (PSL) voltou repaginado ao Governo do Estado após o arquivamento do segundo processo de impeachment. No cardápio do makeover tem menos cabelo, mais política e reforço na estratégia de comunicação. A ideia é fortalecer a imagem do governador e sustentar a governabilidade.

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Com fim do impeachment, está na hora de Moisés governar

Os laços com o parlamento foram renovados, na última semana, na visita que o governador fez à Alesc. O movimento foi simbólico, já que Moisés reassumiu pela terceira vez o Estado em menos de três anos. Mas também foi estratégico: a conversa não era apenas um alinhamento com as lideranças para conseguir derrubar o veto ao projeto da injeção de recursos nas rodovias. Era um sinal de que o governador pretende cumprir a promessa, feita ainda no primeiro processo de impeachment, de que se manteria mais próximo e aberto ao Legislativo.

Voto da esquerda livrou Moisés do impeachment

Moisés foi muito bem recebido na Alesc, inclusive pela oposição. Teve até pedido de fotos nos gabinetes dos deputados, algo impensável pouco tempo atrás, quando o Legislativo confrontou o governo com dois processos paralelos de impeachment.

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Na comunicação, a ‘virada de chave’ foi a nova imagem de um Moisés mais disponível e acessível. Custou, mas o governo absorveu a ideia de que o governador precisa falar mais para e com os catarinenses. Pela mesma razão, Moisés seguirá viajando pelo Estado – algo que começou a adotar a partir do ano passado, já em meio à crise política.

Essa mudança passa pelo discurso. O foco na economia e no saneamento de contas públicas foi substituído pela previsão de investimentos, especialmente na área de infraestrutura. É uma questão estratégica, para buscar um ‘carimbo’ do governo em obras públicas.

Carla Zambelli divulga telefone pessoal de deputados de SC para pressionar pelo impeachment

Se conseguir fazer a injeção de recursos que pretende, com investimentos de até R$ 5 bilhões em um período curto de tempo, até o fim do mandato, Moisés torna-se ativo para as eleições de 2022. Se não como candidato à reeleição, como aliado. A tarefa não é simples. Mas, para quem fez um improvável retorno após dois processos de impeachment, talvez não seja impossível.

Conselho do MP admite que defesa de Moisés não teve acesso ao inquérito dos respiradores

Deputado Keenedy Nunes sopra chama de isqueiro
Deputado Keenedy Nunes sopra chama de isqueiro (Foto: Rodolfo Espínola / AgênciaAL )

Sopro

A curiosa imagem do deputado Kennedy Nunes (PSD) soprando a chama de um isqueiro no plenário da Alesc foi o registro de um ‘experimento’: o parlamentar quis ajudar a deputada Luciane Carminatti (PT) a comprovar que as máscaras fornecidas aos professores pelo Estado não são feitas de material inadequado.

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Curtas

– A bancada catarinense quer urgência na votação do projeto de lei do deputado Rogério Peninha (MDB) que permite às cidades legislar sobre construções nas margens dos rios.

– A Alesc vai aposentar o uso de papel nos processos internos. A partir de junho, o sistema será todo digital. A ferramenta será a mesma usada no TRF-4.

– Depois da turbulência, a fase na política de Santa Catarina é de baixar armas. Pelo menos por enquanto.

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