Três médicos de Santa Catarina integram um encontro nacional do movimento a favor do tratamento precoce de Covid-19 – protocolo que integra medicamentos como azitromicina e cloroquina. A endocrinologista Ana Paula Gomes Cunha, o cardiologista Fernando Aranha e a proctologista Elisa Treptow Marques são os representantes catarinenses no evento, que ocorre em Brasília.
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Uma reunião, neste domingo à noite, definirá os passos do movimento, que pretende entregar um documento a favor do tratamento precoce aos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. O grupo, que integra cerca de 100 médicos de todo o país, tentará um encontro com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Ana Paula disse que o objetivo é “que tenha no SUS de todo o Brasil a possibilidade de tratamento precoce para os pacientes”.
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O tratamento em fases iniciais da Covid-19 já é adotado em algumas cidades no Estado. Embora polêmico, por incluir medicamentos que ainda não têm comprovação definitica pela ciência de sua eficácia contra o novo coronavírus, o protocolo precoce já foi estabelecido nacionalmente pelo Ministério da Saúde. Os médicos afirmam, no entanto, que ele não está disponível em todo o país, e defendem a distribuição.
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A endocrinologista Ana Paula diz que o objetivo do movimento é “salvar vidas” e que “as evidências e a assimetria de risco justificam o tratamento precoce”.
Enquanto algumas cidades adotaram o tratamento precoce como padrão, outros municípios não recomendam a prescrição aos pacientes, justamente pela polêmica que envolve a eficácia do protocolo. A cloroquina, por exemplo, que integra o coquetel de medicamentos, teve os testes suspensos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) porque estudos mostraram que o remédio não foi eficaz para combater a doença, e também aumentou o risco de complicações.
O vermífugo ivermectina, outro remédio do protocolo, teve resultado em estudos iniciais, em laboratório, e não foi testado em animais nem em humanos. Além disso, as doses testadas in vitro eram elevadas e potencialmente tóxicas, de acordo com especialistas como a microbiologista Natália Pasternak.
A médica Ana Paula questiona a informação de que o protocolo não tem respaldo da ciência, e defende que não há evidências científicas contra o tratamento nas fases iniciais da doença.
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Falta cloroquina
Com o protocolo autorizado, o governo enfrenta problemas de abastecimento. Na semana passada, o ministro da Saúde informou que o governo tinha apenas 300 mil doses disponíveis – suficientes apenas para tratar pacientes de malária, doença para a qual é receitada a cloroquina.
Questionado pelo Estadão, o Exército, porém, afirmou que ainda tem cerca de um milhão de comprimidos em estoque, e não recebeu novas demandas para produção do medicamento.
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