O delegado Rodrigo Andrade, da Divisão de Investigações Criminais de Itajaí (DIC), confirmou que o caso de agressão contra um médico obstetra do Hospital Marieta Konder Bornhausen, na manhã de quarta-feira (13), foi motivado por "ciúmes". O agressor, um homem de 45 anos, lutador de artes marciais, teria se incomodado porque não queria que a mulher fosse atendida sozinha.

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— Ele agrediu o médico porque não queria que fizessem o exame sem a presença dele — diz.

Segundo relato de uma colega obstetra, Jean Griebeler recebeu e examinou a paciente. O marido insistiu para entrar com a mulher na sala — o que não é autorizado, segundo a médica, porque há outras pacientes que também ficam no mesmo local.

A mulher estava com 40 semanas de gravidez e 3 centímetros de dilatação, em início de trabalho de parto.

O agressor atingiu o médico Jean Griebeler no rosto e no peito. Depois, seguiu com a mulher para o Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, onde foi preso pela Polícia Militar. Ele vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira à tarde.

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De acordo com a Polícia Civil, o agressor já respondeu processos por ameaças e lesão corporal.

Cirurgia

O médico Jean Griebeler está no último ano de residência em ginecologia e obtetrícia. Ele passou por cirurgia de reconstrução facial na quarta-feira, para reimplante de dentes.

A agressão repercutiu entre os médicos e diversas entidades se manifestaram a respeito do risco a que eles estão expostos durante os atendimentos. O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC), em nota de repúdio, diz que o caso de Itajaí não é isolado, e que "o médico tornou-se, equivocadamente, o responsável pelas mazelas inerentes a um sistema de saúde deficitário".

A Associação Catarinense de Medicina (ACM) exigiu, em nota, apuração rigorosa dos fatos e imediata punição do agressor. "Da mesma forma, a entidade clama para que sejam garantidas, pelos gestores públicos e privados da saúde, as condições dignas de trabalho aos médicos e profissionais do setor, com a segurança indispensável nos hospitais e nos postos de atendimento à população de toda Santa Catarina".

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