Quase todo laranja, o que indica nível grave, o novo mapa de risco divulgado pelo Governo de Santa Catarina faz sombra sobre um dado relevante: 13, das 16 regiões do Estado, estão no mais alto nível de transmissibilidade do novo coronavírus, com nota 4.

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Essa situação só havia sido relatada, antes, em meados de julho. Na época, SC viveu o período mais grave de toda a pandemia.

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Mas, como esse é apenas um entre os fatores analisados pelo Estado, ele não reflete na mudança de classificação. A sensação, para quem acompanha o mapa semanalmente, é que ele não responde na mesma velocidade em que crescem os números de doentes e de mortes.

O monitoramento de casos e o índice de ocupação de leitos hospitalares, por exemplo, estão em uma situação melhor nas análises. Embora todas as regiões tenham registrado aumento na ocupação de UTIs e estejam, sem exceção, acima dos 60% de lotação, a capacidade de atenção do sistema de saúde é considerada relativamente boa, e puxa para baixo a classificação de risco. É um dos motivos para quem o mapa esteja ‘pintado’ de laranja, e não de vermelho.

Mas há um detalhe importante. Entre as regiões de nível grave, quatro têm nota 3 e estão a um décimo de subirem na classificação de risco: Grande Florianópolis, Alto Vale do Itajaí, região Carbonífera e Nordeste. Outras duas estão perto desse limite, Serra e Foz do Itajaí-Açu, com nota 2,87.

Mapa de risco
Mapa de risco (Foto: Reprodução)

O resultado que se vê no mapa divulgado pelo Estado é, portanto, fiel ao cenário de monitoramento e seus critérios. Mas não reflete a velocidade de reaceleração que tem sido observada no Estado, que tem mais de 19 mil pessoas em tratamento e com risco de transmitir a doença.

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Essa disparidade preocupa, porque tem faltado a Santa Catarina uma voz firme das autoridades responsáveis para alertar sobre o aumento da transmissibilidade, e do risco que isso representa ao Estado.

Vale lembrar que o Governo de SC já foi cobrado pelo Ministério Público na Justiça para que assuma as rédeas do controle da pandemia. Mas, desde que foi acuada por militantes negacionistas ao propagar o uso da mascara em uma publicação, a governadora Daniela Reinehr – que está com Covid-19 – tem se manifestado apenas para defender a volta às aulas e ‘tratamento precoce’.

A falta de direcionamento estimula o comportamento de quem arrisca a própria saúde, e a saúde dos outros, ao fazer pouco caso das medidas de prevenção. Quem monitora a pandemia não tem dúvidas de que a falta de fiscalização das medidas de contenção, e o desrespeito a regras simples como o uso de máscaras e evitar aglomerações, contribuem com a reaceleração.

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