Há um mês, a hipótese da mancha de óleo que atingiu as praias do Nordeste chegarem a Santa Catarina era remota. Estamos no dia 23 de novembro, e a Marinha do Brasil confirma que há óleo no Litoral Norte do Rio de Janeiro. Muito perto.
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O desastre ambiental pode ter dois efeitos distintos para o turismo de Santa Catarina. O primeiro deles, para o qual o Estado e o trade já estão se preparando, ainda que de forma discreta, é o aumento do fluxo turístico.
A região Sul pode ser o último refúgio livre de óleo no Brasil para quem busca férias com sol e mar durante a temporada de verão. E, que nos desculpem os vizinhos, nossas praias são imbatíveis.
Já houve até reunião com representantes de diversos setores – inclusive da Arteris Litoral Sul – alertando para o possível aumento no vaivém de turistas. Um desafio para o abastecimento de luz e água, para a mobilidade. Mas uma boa notícia para o turismo no Estado, que estava preparado para um verão com menos argentinos.
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O problema é que a mancha de óleo, assim tão perto, também representa risco. E, para esta proximidade, ainda não vemos mobilização. O que será de nosso verão se a mancha se aproximar mais, e chegar ao nosso Litoral?
Em entrevista à CBN Diário, mês passado, o oceanógrafo da Epagri, Carlos Eduardo Salles de Araujo, disse que a hipótese de termos óleo por aqui era remota. Mas alertou que, caso a mancha atravessasse para o Litoral do Rio de Janeiro e São Paulo, seria necessário estarmos preparados, com ações combinadas de Defesa Civil.
Nós não apenas temos um turismo sazonal no Litoral, que depende da temporada de verão. Temos também o maior polo pesqueiro do país, que pode ser seriamente afetado por uma eventual contaminação das nossas águas. Com reflexos sem data para terminar.
Precisamos estar preparados. E, sinceramente, esperar que as correntes marítimas afastem do Estado uma mancha de dano ambiental e prejuízo.
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