A primeira condenação colegiada da Operação Mensageiro no Tribunal de Justiça, nesta quinta-feira (28), foi considerada um marco no Judiciário catarinense. Mas, para os grupos políticos envolvidos no processo, a maior pena não virá da caneta dos desembargadores. É grande a possibilidade de que venha das urnas, nas eleições municipais do ano que vem.

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As longas prisões preventivas, as informações divulgadas a conta-gotas sobre licitações fraudadas e pagamento de propinas, em alguns casos durante anos a fio, seguirão reverberando. Há uma leitura de que, ainda que os réus possam recorrer das decisões judiciais e protelar o cumprimento da pena, a exposição pública já configura a maior penalidade, porque pode ceifar a carreira política do envolvido diretamente, e respingar em seu entorno.   

Dito isto, é digno de nota que, no cálculo final das pens, o dono da Serrana – a empresa utilizada em uma série de fraudes a licitação em cidades de SC – tenha recebido como pena 42 anos de prisão.

Primeiro prefeito condenado na Operação Mensageiro tem pena de 18 anos de prisão

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O combate à corrupção passa pelo entendimento de que, onde há corruptos, há corruptores. E onde há propinas, há alguém embolsando muito mais dinheiro em contratos com verbas públicas.

Mais expostos publicamente, os políticos carregam sozinhos a lama da corrupção quando ela vem à tona. A iniciativa privada, via de regra, tem uma certa leniência da opinião pública diante da geração de emprego e renda.

O fato é que a intimidade da política brasileira com a corrupção levou a uma crise de imagem que, por pouco, não nos custou a democracia. Mas sanear a política também passa, necessariamente por tornar mais éticas e íntegras as disputas de empresas privadas pelos vultuosos contratos públicos.

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