Lula (PT) e Bolsonaro (PL), líderes absolutos das pesquisas eleitorais, chegaram ao debate da Globo com estratégias distintas. Lula foi “à guerra”. Já o presidente Jair Bolsonaro levou o repertório dos “grupões” do WhatsApp. Nenhum dos dois segurou a mesma tática até o fim.
Continua depois da publicidade
Em site especial, confira tudo sobre as Eleições 2022
Acesse o Guia das Eleições 2022 do NSC Total
Diferente do primeiro debate que participou nestas eleições, na Band, em que evitou as bolas divididas, desta vez Lula foi preparado para responder às provocações – e o fez logo na largada, frente a frente com Ciro Gomes (PDT). A campanha aguardava questionamentos diretos de Bolsonaro, que não vieram.
Mas o ex-presidente atravessou a rua para escorregar em uma casca de banana ao bater boca com padre Kelmon (PTB), linha auxiliar de Bolsonaro no debate. Lula perdeu a compostura, passou a imagem de descontrole, e a confusão foi comemorada pela campanha de Bolsonaro. Dali em diante, o candidato do PT baixou o tom.
Continua depois da publicidade
O presidente da República, por sua vez, desfiou logo na estreia todo o rosário de correntes do Whatsapp. A crítica às necessárias medidas de isolamento social na pandemia, a falácia da ideologia de gênero até a morte de Celso Daniel.
Além de Kelmon, que lhe serviu de “escada”, Bolsonaro contou com a ajuda de Luiz Felipe D´Avila (Novo), que o acompanhou nos ataques a Lula. Mas o presidente também baixou o tom a partir do segundo bloco do debate – o que indica uma estratégia para buscar demonstrar algum controle.
Bolha
Bolsonaro mira em furar a bolha para conquistar os indecisos e tentar levar as eleições para o segundo turno. O atual presidente aposta no antipetismo para tentar crescer o que não conseguiu até agora.
Lula, por sua vez, procurou fazer acenos especialmente ao eleitor de baixa renda, mais afetado pela crise econômica, para tentar fechar a conta no primeiro turno.
Continua depois da publicidade
Zero a zero
É possível que nenhum dos dois tenha conseguido angariar novos eleitores com as táticas que testaram no debate. Mas nenhum dos favoritos cometeu um erro crasso, capaz de esvaziar a intenção de votos – e a esta altura, em uma eleição tumultuada, sair no zero a zero do debate mais importante da eleição é uma vantagem.