Líder nas pesquisas eleitorais nacionais, Lula vem buscando espaço no centro e tentará desarmar a terceira via com um vice mais simpático a essa fatia do eleitorado – a provável dobradinha com Geraldo Alckmin entra nessa conta. O movimento estratégico do ex-presidente pode ajudar a ganhar uma parte do eleitor catarinense, que tem fama de conservador e não vota tradicionalmente na esquerda.

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O entendimento é que, embora o bolsonarismo continue firme e forte no Estado (o que torna improvável uma onda como a de 2002, quando SC deu ao ex-presidente uma das maiores votações no país), a votação de Lula em SC pode encontrar espaço para crescer como resposta à crise econômica – aposta dos petistas para virar votos que foram de Bolsonaro em 2018.

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Na visão dos bolsonaristas de SC, a rápida retomada econômica no Estado, que destoa do restante do país, deixa pouca margem de manobra para Lula e favorece Bolsonaro. Menos afetado pela crise, o eleitor catarinense estaria mais propenso a seguir apostando nas pautas de costumes, que são a principal bandeira do bolsonarismo.

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Mas essa análise desconsidera que a economia em alta e o pleno emprego em SC mascaram o avanço da pobreza, também sentido por aqui. Um levantamento do IBGE, divulgado no início do mês, mostrou que mais de três milhões de catarinenses recebem um salário mínimo ou menos. Significa que estão empregados, mas o salário não chega até o fim do mês. O número equivale a 45% da população de SC – uma multidão para quem a corrosão da inflação é sentida com ainda mais intensidade.

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Dados do mundo real, como preço da gasolina, do gás de cozinha e dos alimentos, dão margem para Lula crescer em SC – especialmente se a chamada terceira via não conseguir emplacar um candidato forte e com apelo popular, que provoque alguma mudança de cenário A centro-esquerda aposta nisso para construir uma candidatura ao governo do Estado.

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Há consenso de que os 12% de votos de Décio Lima (PT) em 2018 – época de maior crise do petismo – são patrimônio eleitoral. Significa que haveria espaço para que um candidato identificado com Lula capturasse ao menos uma parte da votação do ex-presidente em SC – seja ele Décio ou outro nome mais ao centro. Com isso, a centro-esquerda enxerga que é possível chegar ao segundo turno correndo sozinha, enquanto as outras candidaturas congestionam, por enquanto, a via bolsonarista.

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