Luciano Hang e o senador Esperidião Amin (PP) tiveram uma longa conversa nesta semana, embalada pela hipótese do empresário escolher o PP para disputar o Senado. Por telefone, falaram sobre política sob o ponto de vista de um livro bem conhecido no mundo dos negócios: A Estratégia do Oceano Azul, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que tem o sugestivo subtítulo “Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante”.
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Quem trouxe o livro à conversa foi Amin, conhecido pelo talento em temperar a política com metáforas e referências bibliográficas. A obra em questão fala, basicamente, que o segredo do sucesso está em escapar do chamado “oceano vermelho” – que, nos negócios, corresponde a um ambiente congestionado por competidores onde é preciso enfrentar a concorrência de grandes cardumes e predadores como tubarões. Qualquer semelhança com a política não é mera coincidência.
O bom empreendedor, segundo o livro, precisa encontrar seu “oceano azul”, espaços de mercado novos e intocados, onde é possível nadar sozinho e crescer de forma consistente sem ser atrapalhado pela concorrência.
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Na política, a leitura é que, enquanto a centro-esquerda encontrou seu “oceano azul” em SC com a convergência de oito partidos em torno do mesmo projeto, a raia da centro-direita, que reúne do governador Carlos Moisés (Republicanos) ao senador Jorginho Mello (PL), passando por Antídio Lunelli (MDB), Gean Loureiro (União Brasil), Raimundo Colombo (PSD), João Rodrigues (PSD) e Fabrício Oliveira (Podemos), além do próprio senador Amin, que é pré-candidato pelo PP, é um oceano vermelho, com partidos e candidatos disputando a preferência do mesmo eleitor, em autofagia.
Hang, que fez fortuna no mundo dos negócios, conhece bem a tese dos dois oceanos e entendeu a referência. O empresário, que vem ensaiando a estreia nas eleições, sabe que a popularidade faz dele um ativo desejado por diferentes partidos do “oceano vermelho” e tem ponderado a decisão. Tanto é que adiou o anúncio de filiação que faria nesta sexta-feira (18) para o fim do mês.
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O PP virou forte candidato a recebê-lo por ser um partido da base de sustentação do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e porque pode não ter candidato ao governo – uma preferência de Hang. Ganhou força nos últimos dias a hipótese de que, nessa composição, ele pode dividir chapa majoritária com João Rodrigues (PSD), que voltou ao páreo para concorrer ao governo do Estado.
O PL, no entanto, não saiu do radar. O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a Hang que considere entrar no partido pelo qual vai disputar a reeleição e nesta sexta, antes de embarcar para uma viagem internacional, o empresário esteve com Jorginho Mello em Florianópolis para uma conversa, sinalizando que a hipótese de filiação continua em pé.
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Outra possibilidade que surge no horizonte é de, ao invés de concorrer em SC, o empresário aproveitar a fama e ajudar a construir candidaturas de apoio a Bolsonaro em outros estados, aumentando a base bolsonarista no Senado. Experiente nos negócios, Hang fará as contas para saber qual das propostas tem mais chances de se converter em “oceano azul”.
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