A Defensoria Pública Estadual entrou com uma ação de danos morais coletivos contra a prefeitura de Itajaí pela censura à live Roda Bixa – Criança Viada Show, parte do projeto cultural Ações para Reexistir. O defensor Fernando André Pinto de Oliveira Filho pediu à Vara da Fazenda Pública que condene o município a pagar indenização à coletividade, e sugeriu que o valor estabelecido pela Justiça patrocine ações de promoção da igualdade da população LGBTQIA+.
Continua depois da publicidade
Receba as principais informações de Santa Catarina pelo WhatsApp
No entendimento do defensor, a decisão da prefeitura não prejudicou apenas o grupo de artistas que produziria o evento, mas expôs todas as pessoas LGBTQIA+ a manifestações de ódio e acusações infundadas. “a (não) realização do evento foi instrumentalizada para o protesto e exteriorização de preconceitos e ofensas a toda uma parcela da população, já vulnerável e marginalizada, mais uma vez aviltada em sua dignidade”, diz a ação.
Promotor dá lição em homofóbicos em SC ao arquivar denúncia contra live ‘Criança Viada’
Além do pagamento de indenização por danos morais, a ação também requer que a prefeitura autorize a live e suspenda a destituição de membros do comitê que seleciona projetos culturais a serem contemplados pela Lei Aldir Blanc. Pede, ainda, que o município seja obrigado a se retratar nas redes sociais, prestando esclarecimento sobre o real conteúdo do projeto.
Continua depois da publicidade
Represenção
Essas providências já constavam de uma representação entregue pela Defensoria Pública à prefeitura há um mês, solicitando medidas para esclarecer os fatos. O município não respondeu – o que levou a Defensoria a entrar com a ação.
A coluna entrou em contato com o procurador Geral do Município, Gaspar Laus. Ele informou que ainda não teve acesso à ação.
Beach clubs de Jurerê Internacional devem ter estruturas demolidas, determina STF
Relembre o caso
A prefeitura de Itajaí mandou suspender no dia 14 de maio a live ‘Roda Bixa’, que marcaria a estreia da série ‘Criança Viada Show’. O conteúdo, que não teria temática infantil, discutiria memória e representatividade LGBTQIA+ entre adultos. O nome faz referência a uma antiga página de compartihamento de fotos nas redes sociais.
Em uma nota, o gabinete do prefeito Volnei Morastoni (MDB) informa que tomou a decisão porque o projeto poderia “confrontar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)” pelo uso do termo ‘criança viada’.
Continua depois da publicidade
Dias depois, o Ministério Público de Santa Catarina arquivou uma representação contra a live. Na justificativa, o promotor Diego Rodrigo Pinheiro não apenas afastou qualquer ofensa ao Estatuto da Criança e do Adolescente – visto que se tratava de um evento para adultos – e determinou que os autores de denúncias com conteúdo mentiroso sejam identificados e investigados pela polícia.
Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz
Leia também:
Bandeira vermelha aumentará conta de luz de mais de 3 milhões de consumidores em SC
TJSC diz que amor é direito de “todes” e provoca onda de preconceito
Justiça manda demolir seis andares de arranha-céu em Balneário Camboriú