Uma Lamborghini Gallardo avaliada em quase R$ 1 milhão foi apreendida pela segunda vez em Balneário Camboriú nesta terça-feira (27). O carro de luxo, recolhido em 2017 durante uma operação contra o tráfico internacional de drogas, acabou em um leilão judicial. Agora, investigações apontam que o superesportivo teria sido comprado da Justiça em nome de um “laranja” – e, ao que tudo indica, com dinheiro frio.

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A operação para recolher a Lamborghini foi feita em conjunto entre a Procuradoria da República em Itajaí (MPF-SC) e a Polícia Federal, com apoio do Grupo de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Gaeco). O carro precisou ser guinchado da garagem de um edifício, porque o proprietário se recusou a entregar as chaves.

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As investigações começaram no Ministério Público Federal logo após a compra da Lamborghini, em outubro de 2019. O carro havia sido recolhido no âmbito da Operação Oceano Branco, que desarticulou uma quadrilha especializada em enviar drogas ao exterior pelos portos de Santa Catarina. Uma pequena coleção de carros de luxo foi apreendida na ocasião – mas nenhum deles chamou tanta atenção quando a milionária Lamborghini Gallardo, modelo coupé.

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O proprietário do carro, que foi preso na operação, tentou recuperar o superesportivo na Justiça mas não conseguiu. Desde 2006, a lei determina que bens apreendidos ou sequestrados em investigações de tráfico de drogas só são devolvidos se o dono comprovar que a compra foi feita de forma lícita.

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A Lamborghini entrou então em leilão judicial, autorizado pela 1ª Vara Federal de Itajaí, com lance mínimo de R$ 700 mil – mas nenhum comprador se interessou. Com isso, o carro foi enviado para venda direta. É um modelo de negociação em que o bem apreendido é oferecido com desconto, por 80% do valor inicial. Dessa vez, uma mulher se apresentou para negociar o veículo. Ela comprou a Lamborghini por R$ 589 mil à vista, e pagou mais R$ 24 mil de comissão ao leiloeiro.

Em nota, a Polícia Federal informou haver “injustificável divergência patrimonial entre o pagamento à vista do veículo de luxo e a renda da adquirente”. As suspeitas são de que ela tenha servido de “laranja” e que o valor tenha sido pago por uma terceira pessoa, com quem foi localizado o veículo. A Lamborghini foi localizada nesta manhã na garagem de um edifício de classe média, longe dos “endereços ostentação” de Balneário Camboriú.

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Além da Lamborghini, também foi apreendida uma motocicleta Harley Davidson XL 1200 e documentos, que vão integrar as investigações. Os mandados foram cumpridos em quatro endereços residenciais e comerciais dos investigados, em Balneário Camboriú e Joinville. O objetivo das investigações, agora, é saber a origem do dinheiro usado para comprar a Lamborghini. De acordo com a PF, os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro.

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A audácia dos investigados chamou atenção dos investigadores, já que não se intimidaram em usar dinheiro supostamente “frio” em uma venda judicial. Os leilões de bens recolhidos do tráfico de drogas têm como objetivo, justamente, retirá-los do mundo do crime.

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