O jornalismo perdeu na noite desta segunda-feira (24) um de seus grandes nomes. Morreu em Florianópolis o professor Nilson Lage, 84, vítima de um câncer de pulmão que tratava há quase dois anos. 

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Mestre em Comunicação, doutor em Linguística, Nilson Lage foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde se aposentou, compulsoriamente em 2006, aos 70 anos. Como jornalista, trabalhou em diversos veículos de comunicação como Jornal do Brasil, Última Hora e TV Educativa do Rio de Janeiro.

Autor de diversas obras sobre o jornalismo, técnicas e linguagens, Nilson Lage era leitura obrigatória para estudantes de comunicação em todo o país. Sua morte causou consternação na UFSC nesta manhã.

– De uma geração de resistência, anterior ao golpe de 64, e de uma sabedoria infinita. Firmeza, seriedade, erudição. Uma clareza na leitura do que estamos vivendo. Um orgulho para o Jornalismo da UFSC e um farol que se apaga na denúncia a toda forma de opressão e mentira – diz o professor Áureo de Moraes, chefe de gabinete da reitoria da UFSC.

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O Departamento de Jornalismo da UFSC, o curso de Graduação e o programa de Pós-Graduação emitiram nota de pesar. “Em 2007, foi um dos fundadores do PPGJOR/UFSC. Nas celebrações dos 40 anos do Departamento de Jornalismo da UFSC, em 2019, proferiu conferência e foi homenageado pela instituição. Com humor fino, inteligência, erudição e uma voz única, Nilson Lage vai permanecer como uma das grandes referências da área”.

O Instituto de Artes e Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde Nilson Lage iniciou a carreira acadêmica, também se manifestou – e relembrou parte da atuação do professor na imprensa. “Na imprensa, foi revisor e redator do Diário Carioca, secretário de redação do Jornal do Brasil, editor n’O Globo e redator-chefe do Última Hora. Estava na redação do jornal, que apoiava João Goulart, quando ela foi invadida e depredada durante o golpe de 1964.” 

“Na UFF, onde lecionou de 1970 a 1988, formou gerações inteiras de jornalistas e deixou uma indelével marca no pensamento crítico sobre a imprensa, a linguagem jornalística e as técnicas de redação e de reportagem. Até hoje, seus livros e artigos são lidos por nossos alunos e pesquisadores. A melhor maneira de prestarmos homenagem à memória do Prof. Nilson é continuar a lê-lo”.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os Sindicatos dos Jornalistas de Santa Catarina e do Município do Rio de Janeiro se manifestaram em uma nota conjunta. “Sua firmeza de caráter, compromisso com a democracia, sua grandeza e sua obra permanecerão vivos em nossas memórias”.

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Por vontade de Nilson Lage, não houve velório. O corpo foi cremado às 15h no Crematório Catarinense, em Palhoça. O professor deixa a mulher, Nildes, e quatro filhas. 

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